A intenção foi avançada à imprensa pelo ministro da Defesa, Luís Filipe Tavares, que acompanhou o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, numa visita às estruturas das Forças Armadas de Cabo Verde sediadas na cidade da Praia, começando pela chefia do Estado-maior, na Várzea.
“Vamos mobilizar a cooperação internacional porque é muito fácil mobilizar recursos na área das energias renováveis e da transição energética, há grande ambição do nosso país”, disse o também ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde.
O projeto das Forças Armadas pretende reduzir o “custo exorbitante” da energia fóssil, de mais de 1.600 contos mensais, através de energia renovável, com instalação de painéis solares e baterias nas suas unidades.
O projecto está orçado em cerca de 33 milhões de escudos e, se implementado, vai não só pagar em quatro anos as dívidas que as Forças Armadas têm actualmente para com a empresa de energia, a Electra, de cerca de quase 32 mil contos, e posteriormente transferir as poupanças para outras áreas deficitárias da instituição.
"É um bom projecto, está no centro do interesse do Governo, no âmbito da transição energética, vamos trabalhar com o Ministério da Energia de forma a que possamos fazer com que a poupança gerada pela introdução de energias renováveis possa financiar o próprio investimento que vai ter de ser feito. Vamos assegurar isso seguramente”, garantiu, por seu lado, o primeiro-ministro.
Ainda em relação à cooperação internacional, o ministro da Defesa afirmou que o Governo já está a mobilizar cinco milhões de dólares [452 mil contos] da China, conforme protocolo assinado pelos dois países em Março último.
O apoio vai servir para a melhoria das condições de mobilidade das Forças Armadas e para todo o sistema de comunicação, apontou Luís Filipe Tavares, referindo que o Governo vai ainda mobilizar recursos com a cooperação portuguesa, luxemburguesa, para adquirir novos equipamentos e formas militares.
“Nós queremos que as famílias cabo-verdianas tenham orgulho de enviar os seus filhos à tropa, porque vão ser engenheiros, médicos, pilotos, arquitectos, porque estamos a dignificar a função militar”, sublinhou Tavares.
O ministro reforçou ainda a intenção do actual Governo de criar uma lei de programação militar, para poder projectar os investimentos. “Mas estamos num bom caminho”, assegurou.
Luís Filipe Tavares lembrou que Cabo Verde tem cooperação militar com a Europa, nomeadamente França, Espanha, Itália e Bélgica, bem como com os Estados Unidos e Brasil.