O chefe do Governo lembra o facto de ainda o arquipélago estar a lutar contra a COVID-19, reconhecendo a “situação difícil” que impede a todos celebrar e confraternizar com “festas, abraços e beijinhos”.
“Estamos a aproximar-nos do fim de mais um ano. Um ano que foi, para todos nós, de grandes desafios e privações. Um ano que também foi duro para as nossas comunidades emigradas”, realçou, sublinhando, por outro lado, que apesar disso, o espírito da fraternidade, da solidariedade e da união que caracteriza a época natalícia não foi confinado.
Em jeito de balanço, o primeiro-ministro recordou que desde 2016, o Governo tem estado a ser colocado “à prova”, primeiro com os três anos consecutivos de “seca severa”, com impactos sobre a produção, o emprego e o rendimento no mundo rural.
“Mobilizamos recursos e implementamos um programa de mitigação que ajudou os agricultores, os criadores de animais e as famílias”, lembrou, realçando que em 2020 a pandemia da COVID 19 e os efeitos da pior crise económica mundial registada desde a Grande Depressão, também constituíram “teste de provas” para o elenco governamental.
Mesmo com a pandemia, indicou na sua mensagem de Natal, o Governo mobilizou recursos e implementou programas de protecção da saúde, do emprego, do rendimento e das empresas, protegendo assim os cabo-verdianos no momento mais difícil das suas vidas e da vida do país.
“Ninguém bem-intencionado pode negar, minimizar ou desvalorizar os impactos sanitários, económicos e sociais da pandemia da Covid-19. São graves nas finanças públicas e na economia do país e produzem impactos intensos e rápidos no emprego, nas empresas e nos rendimentos das pessoas”, assegurou.
Ulisses Correia e Silva afirmou ainda ser conhecedor das dificuldades por que passam muitas famílias, pelo que para a sua protecção, sublinhou, foi aprovado um conjunto de medidas adicionais dirigidas às famílias mais pobres.
O chefe do Governo indicou o alargamento do Rendimento Social de Inclusão, o alargamento da reabilitação de casas, o perdão de dívidas para permitir a religação de água e electricidade e a isenção de taxas moderadoras de saúde como algumas políticas tomadas pelo Palácio da Várzea para proteger essas famílias.
Avançou ainda que o executivo continua a proteger as empresas e o emprego através do lay-off simplificado, de moratórias, de linhas de crédito e de medidas específicas para sectores como os transportes, a restauração, o alojamento e a produção cultural.
Num ano em que todos foram “postos à prova”, adiantou que o executivo cabo-verdiano não “tem nenhum interesse em deixar alguém para trás”, pois, segundo disse, a “governação é para todos, com transparência de regras e critérios e conscientes das dificuldades próprias de um país como Cabo Verde”.
Quanto ao 2021, assegurou que o Governo tem motivos para acreditar em “dias melhores”.
Ao povo cabo-verdiano, comunicou ter sido aprovado o Plano Nacional de Vacinação que poderá ser iniciado no primeiro trimestre de 2021, e que será universal, gratuito e facultativo.
“Depois de quatro anos de emergências provocadas pelas secas e pela pandemia da COVID- 19, os cabo-verdianos merecem que os próximos anos sejam diferentes e melhores para todos”, realçou, indicando ter “confiança num novo ciclo de vitórias, conquistas e prosperidade” para todos.
O primeiro-ministro terminou dizendo que é com “espírito de optimismo”, de que tempos “melhores se aproximam”, que deseja a todos “Paz, Saúde e Prosperidade”.