Cabo Verde mantém posição no Índice de Percepção da Corrupção

PorExpresso das Ilhas, Lusa,28 jan 2021 9:29

​A percepção sobre a corrupção no sector público melhorou em cinco países lusófonos, piorou em três e manteve-se em Cabo Verde, segundo o Índice de Percepção da Corrupção (IPC), divulgado hoje pela Transparência Internacional (TI). O país é o terceiro mais bem classificado da África subsaariana.

Cabo Verde manteve-se na posição 41.ª com 58 pontos, indica a edição de 2020 do índice que avalia a percepção da corrupção no sector público de 180 países, pontuando-os de 0 (percepcionado como muito corrupto) a 100 (percepcionado como muito transparente). Em 2019, o país, que antes ocupava o 45ª lugar, tinha subido quatro postos.

Cabo Verde consolidou assim a sua posição como o terceiro país mais bem classificado da África subsaariana, a seguir às Seychelles (66 pontos) e ao Botswana (60 pontos), que ocupam respectivamente as posições 27 e 35 do índice.

Entre os países lusófonos, as maiores subidas foram registadas pelo Brasil, que com 38 pontos subiu 12 lugares, passando da posição 106 para 94, e Timor-Leste, que conseguiu 40 pontos e uma subida do 93.º para o 86.º lugar.

Angola passou de 26 para 27 pontos, o que lhe valeu uma subida de quatro lugares na lista, ocupando agora a posição 142 (146 em 2019), e registando progressos pelo terceiro ano consecutivo. 

No mesmo sentido, a Guiné-Bissau ganhou um ponto e subiu três lugares, da posição 168 para a 165.

São Tomé e Príncipe, por seu turno, subiu da posição 64 para a 63 e conquistou 47 pontos. Tal como Cabo Verde, São Tomé e Príncipe continua a registar pontuações acima da média dos países da África subsaariana (32 pontos), a região com pior prestação no IPC, e da média global dos 180 países (43 pontos).

Moçambique perdeu um ponto, passando de 26 para 25, e caiu três posições, de 146 para a 149, depois de no ano passado ter subido 12 posições.

Portugal perdeu um ponto, passando de 62 para 61, e caiu da posição 30 para a 33.

O Índice de Percepção da Corrupção, da Transparência Internacional, criado em 1995, é um dos principais indicadores à escala mundial sobre a percepção da corrupção no sector público de 180 países.

O índice reflete a percepção de especialistas e empresários e não da população em geral.

Globalmente, Dinamarca e Nova Zelândia partilham o topo da tabela, com 88 pontos, seguidas da Finlândia, Singapura, Suécia e Suíça, com 85.

Síria (178), Somália (179) e Sudão do Sul (180) ocupam os últimos lugares da tabela, com 14 e 12 pontos respectivamente.

O relatório deste ano destaca o impacto da corrupção nas respostas governamentais à covid-19, comparando o desempenho dos países no índice com o seu investimento em cuidados de saúde e analisando em que medida as normas e instituições democráticas foram enfraquecidas durante a pandemia.

Os países com bom desempenho no índice foram os que investem mais em cuidados de saúde, revelaram-se mais capazes de proporcionar uma cobertura de saúde universal e menos suscetíveis de violar as normas e instituições democráticas ou o Estado de direito.

"A covid-19 não é apenas uma crise de saúde e económica. É uma crise de corrupção que não estamos atualmente a conseguir gerir", disse Delia Ferreira Rubio, presidente da organização Transparência Internacional.

"O ano passado testou os governos como nenhum outro e aqueles com níveis mais elevados de corrupção têm sido menos capazes de enfrentar o desafio. Mas mesmo os que estão no topo do índice devem abordar urgentemente o seu papel na perpetuação da corrupção a nível interno e externo", acrescentou.

Por regiões, a Europa Ocidental e a União Europeia mantêm a média mais alta com 66 pontos, e a África subsaariana, com 32 pontos de média, continua a região mais mal classificada, seguida da Europa de Leste e Ásia Central, com 36 pontos de média.

Dois terços dos 180 países analisados registaram pontuações abaixo de 50 pontos, com a média de todos os países a situar-se nos 43 pontos.

Vinte e seis países melhoraram as respetivas pontuações relativamente ao índice anterior e 22 pioraram.

Os restantes países registaram poucas ou nenhumas alterações.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,28 jan 2021 9:29

Editado porSara Almeida  em  26 out 2021 23:21

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