Francisco Carvalho adiantou igualmente que “há uma dimensão importante” a ser levada em consideração, a da cronologia dos factos.
O autarca esclareceu que quando a edilidade anunciou o programa das actividades do Carnaval e Cinzas, ainda o Governo não se tinha pronunciado sobre as novas condições impostas para a realização destes eventos em tempo de pandemia.
Lembrou que a Câmara municipal apresentou publicamente o programa que incluía tanto actividades relacionadas com festas de Cinzas e com o Carnaval, que incluíam uma exposição uma pequena demonstração, mas ressaltou que posteriormente o Governo veio se posicionar.
“O próprio Governo não se entende muito bem o que quer, o Secretário de Estado da Juventude disse uma coisa, depois veio o ministro da Cultura a dizer que estava fora de lei e depois veio o ministro da Administração Interna a dizer que estava dentro da lei”, disse, realçando que esta “dimensão é fundamental”.
Por outro lado, Francisco Carvalho afirmou ainda que, independentemente de toda “confusão” e dos “desacertos” entre os próprios membros do Governo, a autarquia está “analisar” e a “ponderar” a questão, , visto que, precisou, “é fundamental que se faça as coisas que vão ao encontro daquilo que é o desejo dos munícipes e que é o desejo da sociedade em geral”.
Neste sentido, reiterou que estão a praticar o diálogo internamente, analisando e ponderando com “bom senso, muita atenção”, e ouvindo “muito bem as críticas”, para depois decidirem, já que, constatou, “não faz sentido avançar com uma actividade que ao invés de proporcionar o” bem-estar e alegria aos munícipes, proporcione o contrário”.
Ontem, na Assembleia Nacional, durante o debate sobre o sector da Saúde, também o ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, classificou como irresponsabilidade o recurso a "subterfúgios" para realizar actividades de Carnaval.
"Eu quando oiço que há esquemas para fugir ao que foi decidido a nível da resolução do Conselho de Ministros, para salvaguardar as pessoas, para impedir, neste período de Carnaval, de forma preventiva, que haja mais contágios, quando vejo subterfúgios para determinadas Câmaras, para realizar actividades. Pelo amor de Deus, isso é irresponsabilidade", considerou.