Cabo Verde tem, segundo a última actualização feita no Boletim Epidemiológico desta segunda-feira, mais de 14 mil casos recuperados de COVID-19.
Os vários estudos que têm sido publicados, um pouco por todo o mundo, sobre a doença apontam que esta provoca sequelas com vários graus de gravidade. Falta de ar, tosse, falta de forças e suor nocturno são alguns dos sintomas com que muitos dos doentes ficam. Sequelas que podem permanecer durante algum tempo ou tornar-se crónicas.
Por isso, que acompanhamento está o Serviço Nacional de Saúde a dar aos doentes recuperados?
“Essas pessoas recebem orientação de que se sentirem algo de anormal, ou se voltarem a ter sintomas, devem contactar as autoridades sanitárias locais porque também não há recursos suficientes para estarmos a fazer um seguimento a longo prazo. Há outras pessoas, casos activos, que precisam de um seguimento mais apertado”, explica ao Expresso das Ilhas o Director Nacional de Saúde, Jorge Barreto.
No entanto, reconhece Jorge Barreto, o número de pessoas que já procuraram os serviços de saúde por apresentarem sequelas da doença é um dado “que não tem estado a ser trabalhado”.
Em Cabo Verde, pelo menos até ao momento, os pacientes de COVID-19 que já foram dados como recuperados não têm apresentado sequelas graves. “Têm mais a ver com a questão do cansaço que fica durante algumas semanas, de uma certa dificuldade respiratória sempre que fazem actividades que requeiram um esforço maior. Mas isso vai melhorando com o passar do tempo”, aponta o Director Nacional de Saúde.
Outra das sequelas apresentadas por pessoas que tenham estado internadas nos Cuidados Intensivos é a atrofia muscular. “Mas não tem sido uma atrofia muscular marcante, pelo menos como tem acontecido noutros países”, avança Jorge Barreto.
“Aqui em Cabo Verde as principais sequelas são o cansaço e também o esquecimento, mas isso vai melhorando ao longo do tempo”, assegura.
Investigação epidemiológica
Cabo Verde tem, segundo o último Boletim Epidemiológico, 358 casos activos de COVID-19.
Durante os primeiros meses as autoridades de saúde foram revelando o número de casos que estavam sob investigação epidemiológica por serem contactos de casos activos. Um dado que, depois, deixou de ser divulgado.
“Neste momento há 351 pessoas que estão a aguardar o devido esclarecimento no que toca ao inquérito epidemiológico”, explica Jorge Barreto acrescentando que este é um número que vai variando bastante de acordo com os casos novos.
Aqui torna-se necessário fazer uma distinção. Um contacto não é, obrigatoriamente, um caso suspeito. “Casos suspeitos são as pessoas que têm sintomas. Contacto são pessoas próximas de casos positivos”, esclarece o Director Nacional de Saúde.
Números
Segundo o Boletim Epidemiológico desta terça-feira foi registado mais um óbito na Praia e das 555 amostras analisadas 24 revelaram-se casos positivos.
Os novos casos foram detectados na Praia (4), São Domingos (1), Tarrafal (1), São Miguel (7), Santa Catarina do Fogo (1) e São Vicente (10).
Com esta actualização Cabo Verde passa a contabilizar 358 casos activos, 14.282 casos recuperados, 140 óbitos, 3 óbitos por outras causas e 2 transferidos, perfazendo um total de 14.785 casos positivos acumulados.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1003 de 17 de Fevereiro de 2021.