A posição da AJOC foi manifestada através de uma publicação publicada na sua página do Facebook.
“A AJOC condena qualquer violência e agressão contra jornalistas onde quer que se encontrem. O Sindicato dos Jornalistas de Cabo Verde tem emprestado a sua voz na condenação de todo e qualquer ato de violência contra jornalistas, e exigido, em sintonia com a Federação Internacional dos Jornalistas, da União dos Jornalistas Africanos e da Federação dos Jornalistas de África, assim como da Federação dos Jornalistas da CPLP, que se ponha um fim à impunidade nessa sanha predadora e desenfreada contra os jornalistas. Daqui estendemos toda a solidariedade da direcção da AJOC e de todos os jornalistas cabo-verdianos ao António Aly”, lê-se.
A associação afirmou ainda que estará em articulação com as organizações acima referidas, empenhados em conceder ao jornalista todo o apoio que se mostrar necessário nesta altura.
No entanto, o sindicato dos jornalistas espera um posicionamento “célere e destemido” por parte da sua congénere guineense, o Sindicato dos Jornalistas da Guiné-Bissau, bem como da Ordem dos Jornalistas daquele país.
“A AJOC desempenhará, como sempre fez, o seu papel na defesa intransigente da liberdade de imprensa e da integridade física e moral dos jornalistas, independentemente de serem cidadãos cabo-verdianos ou não, ou de serem ou não membros da AJOC. Quando um jornalista é espancado como foi o António Ali é a democracia que sangra e fenece”, escreveu.
Várias pessoas contactadas pela Lusa indicaram que António Aly Silva, que foi jornalista em Portugal, no jornal Independente, foi raptado, sequestrado e largado em Bolola, na zona industrial de Bissau.
A Liga Guineense dos Direitos Humanos disse hoje estar a acompanhar com "bastante preocupação" informações que indicam que o jornalista e editor do blogue "Ditadura de Consenso", Aly Silva, foi sequestrado, espancado e abandonado em Bissau.
Organizações da sociedade civil têm denunciado várias violações dos direitos humanos contra ativistas, políticos, deputados e jornalistas e órgãos de comunicação social.
Um dos casos mais recentes foi o de dois ativistas políticos do Movimento para a Alternância Democrática (Madem G15), segunda força política do país e que integra a coligação no Governo, que denunciaram publicamente terem sido espancados alegadamente por guardas da Presidência guineense, dentro do Palácio Presidencial, um caso a que o Ministério Público guineense ainda não deu seguimento, de acordo com a Liga dos Direitos Humanos.
A Lusa avança ainda que o Ministério do Interior da Guiné-Bissau desconhecia o sequestro e espancamento de Aly Silva, tendo sido informado pela Liga Guineense dos Direitos Humanos.