A posição é da presidente do ICCA, Maria do Livramento Silva, em declarações à Inforpress, esta quinta-feira, quando confrontada com o aumento de crianças e adolescente, nas ruas da capital do país, a frente dos centros comerciais e cafés a pedirem dinheiro.
Face a esta constatação, aquela responsável avançou que está prevista para o mês de Junho a realização de uma campanha para persuadir crianças e famílias a reverem esse “estatuto”.
“Nós pensamos que hoje, mais do que nunca, há uma maior necessidade da existência de uma lei que penalize os pais e encarregados de educação sobre as responsabilidades para com os seus filhos menores”, afirmou.
Falando dos familiares, os maiores responsáveis pela existência de crianças na rua, segundo Maria do Livramento Silva, tal situação pode dever-se ao facto de nos últimos tempos, devido à pandemia de covid-19, alguns terem perdido trabalho, daí as crianças voltarem à rua.
A presidente do ICCA lembrou que Cabo Verde ganhou essa “batalha” de tirar crianças na rua e de rua para levar-lhes ao espaço familiar, e que é preciso fazer frente a essa situação “o mais rápido possível”.
Para isso, diz contar com uma equipa que vai reforçar a campanha denominada “Projecto de reforço e capacitação de crianças na rua”, no âmbito de um projecto financiado pela Dinamarca e que vai ser dirigido pela equipa de Nôs Kasa.
O projectovai levar a cabo acções de sensibilização das crianças e adolescentes na rua, assim como junto dos familiares.
“Às crianças com idade para fazerem algum trabalho, a equipa no terreno vai ajudá-las a descobrirem algum talento, para que sejam formados e possam conseguir algum rendimento e, assim, sair da rua”, explicou.
Os municípios do país com mais casos de crianças na rua, segundo a presidente do ICCA, são Praia, na ilha de Santiago, Sal, São Vicente e Boa Vista.