Numa nota de informação meteorológica, o instituto salientou que, de acordo com a época do ano, a formação de ondas tropicais é frequente no arquipélago.
Neste momento, prosseguiu, Cabo Verde está sob a influência de uma onda tropical, que está a gerar “forte instabilidade”, com ocorrência de chuvas, podendo ser acompanhada de trovoadas.
“O sistema, durante a aproximação, originou fenómenos convectivos, repentina intensificação do vento com rajadas em torno dos 60 km/h na parte Oriental (Sal e Boa Vista), com previsão de afetar outras ilhas com intensificação temporária do vento ao longo desta quarta-feira”, prosseguiu o INMG, com sede na ilha do Sal.
A mesma fonte recordou que foi previsto, desde 13 de Agosto, a aproximação do sistema e ocorrência de precipitação, em todo o território. Mas, devido a forte instabilidade atmosférica, movimentos verticais ascendentes, e elevado conteúdo em humidade, “houve uma repentina intensificação de vento com rajadas, a que atribuímos o nome técnico de borrasca, ou seja, tempestade violenta e repentina, geralmente acompanhada de vento e chuva de curta duração”, explicou o instituto, que vai continuar a acompanhar o estado do tempo no país.
A chuva caía hoje ao início da tarde na cidade da Praia, depois de também ter chovido durante a madrugada na capital do país, e também em outros pontos da ilha de Santiago.
Em 12 de Junho, o Governo previu mais um ano de pouca chuva no arquipélago e anunciou um conjunto de medidas para proteger a campanha agrícola, reforçar a resiliência das populações e adaptar o sector aos efeitos das mudanças climáticas.
Na altura, o secretário de Estado da Economia Agrária, Miguel da Moura, disse que para Cabo Verde as previsões apontam que as chuvas vão ser “deficitárias a próximas da média” (264 milímetros) no trimestre de Julho a Setembro, mas são mais animadoras entre Agosto e Outubro, com uma tendência considerada “dentro da média”, isto é, 294 milímetros.
Segundo o porta-voz do Governo, as informações indiciam a probabilidade de ocorrência de dois cenários para o ano agrícola 2021-2022, como sejam chuvas deficitárias e próximas da média anual e um ano com chuvas dentro da média anual.
Em Fevereiro, o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, disse que em 2020 o país ficou “longe” de um ótimo ano agrícola em termos de produção, mas garantiu que ainda assim foi melhor do que os três anos de seca anteriores.