O edil Óscar Santos, que está no terreno para constatar essas situações, disse à Inforpress que a prioridade agora é salvar vidas e só depois irão contabilizar os estragos materiais provocados por estas precipitações.
Conforme sublinhou, estas chuvas intensas provocaram alguma situação crítica nos bairros de Pensamento, Safende, Castelão, Paiol de Coqueiro e Jamaica e na parte baixa da cidade, nomeadamente Várzea e Palácio do Governo, onde a drenagem é mais lenta. Mas a situação mais preocupante, realçou, são as famílias que precisam ser realojadas imediatamente.
“Essas casas estão na parte mais baixa, feitas em cima da linha de água, portanto, essas famílias têm de ser realojadas. Já dei instruções e estão a ser seguidas pela Acção Social para ver alternativas, muito rápidas, para tentar o máximo salvar vida das pessoas, porque estamos numa situação que há muitos anos não se via na Cidade da Praia”, adiantou.
Óscar Santos não precisou o número de famílias que vão ser realojadas, mas assegurou que o Serviço de Acção Social, os bombeiros, a Protecção Civil e a Polícia Nacional, já estão a tratar de um lugar para os abrigar e, caso for necessário, serão realojadas em casas alugadas.
Neste momento, segundo o edil, não é possível fazer uma avaliação exacta de todos os estragos causados e dos custos envolvidos, mas assegurou que até segunda-feira estarão em condições de avançar com os números e as intervenções que serão feitas.
“Estamos em contacto permanentemente com o Governo para fazermos uma avaliação e repor a normalidade do funcionamento da cidade, mas, primeiramente, nós temos que cuidar das pessoas, isso é em primeira mão, depois a circulação rodoviária, de forma que a cidade volte novamente a funcionar”, afirmou.
O presidente da Câmara Municipal da Praia reconheceu que ainda há muita obra de drenagem a ser feita na cidade, sobretudo, nas encostas para proteger as casas, mas está ciente que este investimento envolve parceria do Governo e de parceiros externos.
“Isso envolve investimentos de fundo. Nós temos que mobilizar não só o Governo, mas também parceiros externos. Estamos a falar de mudanças climáticas que estão a afectar de que forma a cidade da Praia e é preciso estudar muito bem a questão, fazer um orçamento e resolver o problema”, frisou o autarca.
Cabo Verde está desde madrugada de hoje sob a influência de uma onda tropical que poderá transformar-se em depressão tropical, informou o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG).
De acordo com a mesma fonte, as previsões apontam que a onda tropical vai atingir o País no sábado, domingo e segunda-feira, estando associada a uma larga área de convecção produzindo aguaceiros e trovoada.
O instituto adiantou que o sistema está localizado junto à costa da Guiné Bissau, desloca-se com uma velocidade de 30 km/h e tem cerca de 70% de probabilidade de se transformar em uma depressão tropical.
“Durante a sua passagem condicionará o estado do tempo nas ilhas”, referiu o INMG, que prevê ainda chuvas de intensidade variável e possibilidade de trovoadas, intensificação do vento e agravamento significativo do estado do mar.