Depois do anúncio na segunda-feira, o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) voltou a alertar para o sistema de baixa pressão junto à costa ocidental africana e que se aproxima de Cabo Verde, com forte probabilidade de evoluir para uma depressão tropical.
A mesma fonte precisou que o sistema encontra-se localizado a mais de 200 milhas a Sudoeste da Costa da Guiné, apresentando condições propícias para o seu desenvolvimento, enquanto se desloca ao Sul de Cabo Verde, prevendo-se que afecte as ilhas de Sotavento (Maio, Santiago, Fogo e Brava) durante a noite do dia 31 de Agosto e madrugada do dia 1 de Setembro.
“A deslocação deste sistema poderá ser acompanhada de ocorrência de precipitação, intensificação do vento em torno dos 40-60 quilómetros por hora e agravamento do estado do mar”, previu o INMG, esperando ainda a formação de um sistema de baixa pressão associada a uma onda tropical.
Este sistema, ainda segundo aquele instituto, vai condicionar o estado do tempo nos próximos dois dias, com ocorrência de precipitação de intensidade variada, intensificação do vento e consequente agravamento do estado do mar.
Por sua vez, o Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros (SNPCB) alertou as entidades públicas, centrais e locais, particularmente as câmaras municipais, para a necessidade de assegurar as medidas necessárias e indispensáveis à elevação do grau de prontidão.
As autoridades recomendaram algumas medidas preventivas, como a identificação atempada de habitações e populações residentes em zonas de risco de cheias e inundações, providenciar a identificação e preparação de possíveis locais ou centros de acolhimento destinados ao abrigo de pessoas retiradas e identificação de necessidades e formas de apoio logístico e abastecimento às populações, em tempo útil, caso a situação vier a exigir.
Também pediu para as entidades garantirem a prontidão de meios e recursos indispensáveis e necessárias à sua mobilização e utilização nas situações previamente identificadas.
Nas zonas mais vulneráveis e susceptíveis às cheias e inundações, o SNPCB de Cabo Verde recomendou também a adopção de algumas medidas preventivas, como a desobstrução e desassoreamento de linhas de água, principalmente junto a pontes, aquedutos e outros pontos de estrangulamentos de escoamento.
Também sugeriu o desassoreamento de diques e muros de contenção destinados à retenção de sedimentos nas encostas, a limpeza de resíduos sólidos urbanos depositados nos troços marginais dos cursos de água e a verificação de eventuais situações de deslizamento de terra, derrocadas e desmoronamentos de blocos de rochas.
“O SNPCB fará o acompanhamento permanente do Sistema Tropical, a sua evolução e monitorização, actualizando e comunicando informações de forma regular e em tempo útil, sempre que a situação assim o exigir”, garantiu aquela entidade de protecção civil.
Há vários dias que tem chovido um pouco por todo o arquipélago de Cabo Verde, e na madrugada de quinta-feira com alguma intensidade na cidade da Praia, provocando alagamentos e inundações e deixando centenas de famílias em risco, devido às construções clandestinas e precárias, segundo a Protecção Civil.
Na altura, o presidente interino do SNPCB de Cabo Verde, Hélio Semedo, referiu que estamos numa época ciclónica, que iniciou a 01 de Junho e vai até 01 de Novembro, fazendo com que a qualquer momento o país enfrente uma depressão tropical, com chuvas torrenciais.