Para Jorge Carlos Fonseca a data, que tem como patrono Eugénio Tavares, que é “uma das figuras que representam perfeitamente o espírito cabo-verdiano: resistente, visionário, apaixonado, romântico, viajante, contestatário e, acima de tudo, amante do seu torrão natal, onde sempre regressou” e que a escolha dessa figura foi feita por causa da personalidade extraordinária e singular e por ser, como dizem os ingleses, ‘’larger than life’’, maior que a própria vida, ou seja, capaz de viver várias numa só.
“Mas o poeta e compositor, natural da ilha Brava, não será um rebento isolado nesta charneca fértil em homens e mulheres que fizeram na cultura das ilhas o seu modo de vida, a sua forma de estar e de pensar”, indica.
Conforme o Chefe de Estado, cada visitante que estas ilhas receberam, ao longo do tempo, foi como pássaros fertilizadores, que trouxeram diversas culturas que aqui se misturaram e enriqueceram estas vidas. “O coração das ilhas pulsou sempre mais um pouco com cada contributo recebido, a ponto de esse batimento se espalhar pela nossa vasta Diáspora”.
Jorge Carlos Fonseca acredita que é a cultura que nos garante este carácter resiliente e solidário e a paz com que celebramos cada dia que nasce. “Vai na nossa mão estendida, na nossa maleta, na nossa bagagem. É a nossa forma de olhar o mar, de percorrer caminhos, por vales e montanhas, acender o fogo pela manhã e cantar ao entardecer”.
Por outro lado, assegurou que por mais que nos esforcemos, não conseguiremos a definição exacta deste fenómeno que nos caracteriza. “Nem sabemos se tal faz algum sentido, na medida em que definir é classificar, categoria que não entra nesta reflexão”.