Os Medina e Vasconcelos. Um título pouco sugestivo para uma obra monumental. Porquê o prosaico título?
Escolher um título é, geralmente, algo de complicado. Dizia Vergílio Ferreira que o título é a primeira coisa que nos ocorre, mas é a última de que nos ocupamos. Recordo-me que, num outro trabalho, o da minha tese de doutoramento, que também teve como objecto Cabo Verde, concretamente, a ilha do Fogo, abordada pela perspectiva das relações sócio-raciais, ter pensado em vários títulos durante os anos em que decorreu a investigação, para, na véspera do dia da entrega, acabar por escolher outro... O título da obra tem suscitado, de facto, algumas perplexidades. Há dois momentos bem definidos em torno das considerações acerca do título – o antes e depois da leitura dos livros. Concedo que o título poderá, à primeira vista, parecer prosaico, sobretudo por se tratar de um apelido conjunto – Medina e Vasconcelos –, que foi perdendo um pouco da sua visibilidade ao longo do século xix, devido à falta de elementos masculinos que o perpetuassem. Eu própria estava convencida de que mais pessoas em Portugal, mormente as que descendem daquele prolífico casal madeirense que ofereceu pelo menos sete filhos a Cabo Verde, estivesse ciente de quanto a sua família deu a Portugal, a Cabo Verde e à Guiné. Não penso que esteja a hipertrofiar a importância da família, se lhe disser que a Guiné, a antiga Guiné Portuguesa (assim chamada para a distinguir da homónima de colonização francesa) não foi obra de portugueses metropolitanos, mas de portugueses cabo-verdianos. E mais: a Guiné foi um empreendimento essencialmente “familiar” – de elementos de vários ramos que brotaram dos Medina e Vasconcelos ou cruzados com eles logo após a sua chegada a Cabo Verde, na transição do século xviii para o xix. Esta obra tem-me permitido perceber que muitos descendentes desta família não têm uma noção aproximada da sua importância para a construção do que foi e é Cabo Verde. Algumas pessoas têm a percepção do seu relevo no contexto da ilha do Fogo; algumas outras têm alguma percepção das afinidades familiares e sociológicas entre a elite da ilha do Fogo e a da ilha Brava, mas pouco mais. Desconhecem que ajudou a moldar administrativa e culturalmente a sociedade cabo-verdiana em geral e que lhe deu e dá inúmeras figuras ilustres. Só para ter uma ideia: aquando da cerimónia de lançamento da obra, em Lisboa, pensámos em incluir a declamação de uma recolha de poemas escritos por poetas da família; imagina que, mesmo tendo escolhido só um ou dois por poeta, tivemos de eliminar uma série deles para não prolongar muito a sessão? Não sei se a maior parte dos principais poetas de Cabo Verde não pertencerá a esta família: Eugénio Tavares, Pedro Cardoso, Luís Medina, Jorge Barbosa, António Pedro, Mário Macedo Barbosa, João Monteiro de Macedo, os irmãos Mário e Jorge Carlos Fonseca, Ana Júlia Monteiro de Macedo, Arnaldo de Macedo-Santos... Tudo isto apenas para concluir que, só depois da leitura da obra – dos três volumes já publicados e dos que o serão nos próximos anos – se terá a percepção da dimensão desta família e de que o aparente prosaísmo do título é enganador.
O seu livro foi galardoado com o Prémio Fundação Caluste Gulbenkian de História. O que significa para si e já agora para Cabo Verde esta distinção?
Como todos os prémios, este vale pelo reconhecimento pelo trabalho feito e apresentado. Mas, para além da satisfação pessoal, creio que a atribuição a esta obra do «Prémio Fundação Calouste Gulbenkian – História da Presença de Portugal do Mundo» pela Academia Portuguesa da História revela uma abertura muito interessante às escalas micro e meso de análise e à relativa novidade que é partir da história de uma família para atingir a história do arquipélago onde essa família se estruturou. As histórias de família não têm grande tradição em Portugal. À excepção da nossa antiga família real, não sei se alguma outra família foi objecto de uma investigação com esta dimensão.
Acho que a publicação dos três volumes do livro e o prémio não tiveram eco em Cabo Verde.
Algum eco creio que tiveram e estão a ter. Tendo em conta que ainda não fiz o lançamento da obra em Cabo Verde e que a sua divulgação tem sido essencialmente feita pelo “passa-palavra”, até creio que tem suscitado muito interesse. Os livros ainda não estão à venda no arquipélago. É claro que podem ser adquiridos através do site (www.medinaevasconcelos.pt), e têm-no sido, mas sabemos que os menos jovens preferem as compras presenciais. Esta entrevista, por exemplo, pode constituir uma importante etapa na divulgação em Cabo Verde de Os Medina e Vasconcelos: História de uma Família. Afinal, é função da comunicação social amplificar os sinais da presença na sociedade dos acontecimentos relevantes e, no caso, também da projecção de Cabo Verde no mundo. Tenho consciência do que fiz e da quantidade de elementos que forneço acerca da história de Cabo Verde, elementos que, por vezes, são de difícil alcance, não apenas pelo exaustivo trabalho de investigação que exigem, como pela distância geográfica dos vários arquivos que conservam documentação relevante para a história do arquipélago. A cooperação entre Portugal e Cabo Verde na disponibilização da documentação, por microfilmagem e/ou digitalização, parece-me essencial e urgente, de maneira a que os investigadores dos dois Países, Cabo Verde e Portugal, tenham facilmente acesso aos documentos. Não obstante a necessidade deste intercâmbio, o acervo do Arquivo Nacional de Cabo Verde, que é fundamental, e os arquivos parciais de algumas repartições públicas das ilhas disponibilizam muita documentação da história das ilhas, que é também a história de Portugal até 1975. Haja interesse e empenho em desbravá-la! Quem dera à Guiné dispor de semelhantes acervos! Quanto à divulgação e leitura da minha obra, assalta-me apenas um receio: o de que o descaso, quando não a hostilização, de que me parece que tem sido alvo a Língua Portuguesa no arquipélago de Cabo Verde constitua um entrave à leitura da obra, ou seja, um entrave ao próprio conhecimento da história das ilhas (até porque foi em português que toda a documentação foi redigida). Tenho alguma dificuldade em entender como é que um País se pode auto-mutilar desta maneira, abdicando de uma parte do seu património – porque a língua é de quem a fala e escreve, independentemente da origem do seu núcleo geo-histórico. Que no contexto do pós-independência, ele próprio bem inserto no outro contexto mais amplo de Guerra Fria, houvesse uma natural predisposição para “matar o Pai” e os símbolos dessa paternidade, eu entendo; que, passados quatro decénios e meio, se continuem a confundir as coisas e a ostracizar uma das línguas faladas e escritas no País, quando a diversidade linguística é reconhecidamente um recurso, deixa-me perplexa. Obviamente que a este parricídio linguístico subjaz uma agenda ideológica egoísta, irresponsável e perigosa, pois está a privar toda uma geração e muito provavelmente as que se lhe seguem de aceder com facilidade a uma língua de cultura que é das mais faladas no mundo e que, além do mais, constitui a base lexical do Crioulo de Cabo Verde.
Bom, antes de entrar na matéria do livro, impõe-se uma questão: com tantas matérias mais aliciantes, por que é que uma historiadora portuguesa resolve escrever um livro sobre uma família remota, de uma remota ilha de Cabo Verde?
As coisas têm a importância que lhes concedemos. Uma família e uma ilha «remotas», como diz, podem, de um para outro momento, ganhar uma proeminência que não se adivinhava. Já pensou que é localmente que o global é percepcionado e vivido, e que o global é constituído por múltiplos “locais”? Uma ilha que teve um escritor que a eternizou e que é objecto do interesse de investigadores nunca será uma ilha remota. A própria especificidade da sua evolução histórica e sociológica converte-a num objecto de estudo apetecido. Estou convicta de que o Fogo ganhará a projecção que merece – seja por via da literatura, seja pela minha obra ou pela de outros investigadores, que inevitavelmente surgirão, seja pelo cinema. Penso que será uma questão de tempo e de atenção à preservação do património da ilha, património material, sobretudo arquitectónico, e imaterial. Importante é que todos – independentemente do lugar ocupado pelos seus ascendentes nas várias hierarquias significativas – assumam esse património como seu. Podemos considerar «remota» uma família cujos membros se destacaram e continuam a destacar em tantos domínios, em Cabo Verde como em Portugal? Mas compreendo o que diz: eu tinha, de facto, em Portugal, muitas facetas da nossa história que me interessavam particularmente e nada fazia prever que fosse Cabo Verde a suscitar a minha atenção e o meu fascínio. Os “culpados” foram Baltasar Lopes, Manuel Lopes e Henrique Teixeira de Sousa.
Aliás é por via da literatura que descobre Cabo Verde e chega ao presente livro. Podia contar a história?
Aconteceu tudo muito inesperadamente. Eu estava a terminar a parte curricular do curso de mestrado em Estudos Africanos e tinha pensado fazer a dissertação acerca do processo de sahelização por que passa a faixa sub-sahariana. Contudo, numa ida casual à Universidade Nova de Lisboa, conheci o então docente daquela Universidade João Lopes Filho, que me foi apresentado como sobrinho do escritor Baltasar Lopes. Ora, eu não conhecia ainda a obra de Baltasar Lopes, mas recordava-me de ter visto o Chiquinho numa das estantes lá de casa. Pensei folheá-lo, mas, claro, não é possível folhear o Chiquinho e não o ler de uma assentada. Foi o que fiz. Acredite que me recordo inúmeras vezes, e sempre com lágrimas, daquela passagem do final da obra em que Chiquinho, depois de se despedir da família, diz, pensando na avó: “Nunca mais, mamãe velha, nunca mais.»). Foi o meu baptismo de Cabo Verde. No dia seguinte, fui a uma livraria comprar todos os livros que encontrei de autores cabo-verdianos. Foi assim que conheci os maiores deles, claridosos e pós-claridosos. De entre os primeiros, houve um que, pela sua comovente exposição da humanidade das ilhas e do seu calvário sempre presente ou anunciado, me cativou para sempre. Além do mais, a temática – as estiagens, a sobre-exploração dos recursos e a consequente reacção do meio – aproximava-se da que eu tinha escolhido para dissertação de mestrado. Falo de Manuel Lopes, que me arrependerei sempre de não ter conhecido pessoalmente. Vamos adiando as coisas, esquecendo-nos que mesmo aqueles que amamos também desaparecem um dia. Um outro autor me apaixonou, Henrique Teixeira de Sousa. Eu estava muito absorvida, obcecada mesmo, pelas limitações eco-climáticas das ilhas e pelo morticínio que recorrentemente causavam (fantástica a resiliência de um povo num arquipélago que os deuses não destinaram ao povoamento humano), e a leitura dos seus contos e de Na Ribeira de Deus, Ilhéu de Contenda e Xaguate apresentou-me outras facetas da população do arquipélago, concretamente da foguense. E, como sabe, a literatura tem um impacto em nós que mil trabalhos académicos – historiográficos, sociológicos ou antropológicos –, por muito honestos, laboriosos e rigorosos que sejam, nunca granjearão. Foi, pois, pelas mãos de Baltasar Lopes e de Manuel Lopes que cheguei a Cabo Verde, e foi guiada por Teixeira de Sousa que alcancei o Fogo.
Entrando finalmente na própria obra. Podia fazer uma sinopse dos três volumes já publicados?
Estes três primeiros volumes são os primeiros de uma história da família Medina e Vasconcelos ou, se preferir, de uma história parcial de Cabo Verde (e da Guiné, a partir dos anos 30 do século xix), tomando como pano de fundo a história desta família. Inicia-se por volta de 1750, quando já está instalado na ilha do Fogo o casal algarvio a cujos netos os irmãos Medina e Vasconcelos oriundos da ilha da Madeira se uniram pelo casamento na passagem do século xviii para o século xix. No primeiro volume, sub-titulado A chegada, o mais extenso e o que cobre um período maior – de meados do século xviii a 1821, ano que marca o fim do Antigo Regime na então capitania –, apresenta-se o pano de fundo social, económico, administrativo e político em que a elite insular se movia. Apresentam-se os Medina e Vasconcelos ainda no Funchal e propõem-se explicações para o seu empobrecimento, relevando entre elas a profunda ligação da família à Maçonaria e a consequente perseguição de que terá sido vítima na Madeira. Destacam-se as sempre omnipresentes questiúnculas familiares em torno das heranças e das disputas pelos escassos lugares na administração insular, as diatribes da família com os capitães e sargentos-mores e, posteriormente, quando estes passaram a ser recrutados preferencialmente no seio da família, as quezílias com os governadores enviados do Reino. O segundo volume, Um vulcão revolucionário, é dedicado à adesão das ilhas ao regime liberal, ao protagonismo que alguns militares da família tiveram nessa adesão (sobretudo no que às ilhas de Santiago e da Boa Vista diz respeito) e ao princípio da contra-revolução. Se os Medina e Vasconcelos eram progressistas e liberais, a elite foguense no interior da qual todos se casaram, era, à excepção de alguns ramos, como o Henriques, marcadamente conservadora e receberá de braços abertos a reacção miguelista. O segundo volume termina com a morte triste e trágica de Francisco de Paula Medina e Vasconcelos, o poeta da Zargueida, degredado para Cabo Verde pela alçada da Madeira de 1823. No terceiro volume, acompanham-se os turbulentos efeitos locais da guerra civil que opôs absolutistas e liberais e da divisão entre estes. Em Cabo Verde, estas cisões foram vividas pelo menos tão intensamente como no Reino e foram sustentadas pelos ódios e ressentimentos pessoais entre os oligarcas insulares e respectivas clientelas. O sub-título deste terceiro volume – Coronéis em guerra – alude ao conflito em vários actos entre os dois governadores da província – Joaquim Pereira Marinho e Domingos Correia Arouca –, mas igualmente às dissensões entre os “coronéis” locais, que tiveram como palcos principais as ilhas de Santiago e do Fogo. Os Medina e Vasconcelos participaram activamente nestas pugnas e sofreram igualmente o terror espalhado pelo batalhão miguelista que, em 1835, colocou a Praia a ferro-e-fogo e conduziu ao fim da Prefeitura em Cabo Verde. Manuel António Martins, embora não pertencesse à família estudada, é uma figura que atravessa todos os volumes, pela sua dimensão e igualmente pelos muitos duelos travados com o governador Pusich, com outras autoridades e com alguns Medina e Vasconcelos. Neste terceiro volume, a Guiné faz a sua aparição, e, nos volumes seguintes, deterá capítulos próprios, o que se justifica pela migração de muitos membros da família para os estabelecimentos de Bissau e Bolama. Sobressai a figura de Caetano José Nozolini, que, juntamente com a sua companheira de vida e de negócios, Aurélia Correia, foi o grande negreiro da Guiné e, simultaneamente, o principal construtor daquela futura colónia portuguesa. Tudo isto, claro, entremeado com inúmeros episódios, mais ou menos anedóticos, do quotidiano desta família.
Como explica que a família Medina e Vasconcelos conseguiu manter durante dois séculos traços culturais e fenótipos europeus?
Numa palavra: pelo casamento homogâmico. Foi o casamento que assegurou a esta família a reprodução de todos os tipos de capital valorizados: a cultura e o fenótipo europeus, as principais propriedades fundiárias, o monopólio dos cargos municipais e o poder quase absoluto que, durante séculos, deteve sobre a população da ilha do Fogo. Claro que a uma ilha pouco atractiva do ponto de vista económico, poucos reinóis afluíam, o que limitava extraordinariamente as opções matrimoniais. Com quem se poderiam casar os jovens da família senão com aqueles que uma apertada homogamia fizera todos primos e/ou tios e/ou cunhados? Eram poucos os casamentos que não exigiam uma prévia dispensa canónica de parentesco. Desde a chegada à ilha dos irmãos Medina e Vasconcelos casadoiros que a consanguinidade foi a norma, uma vez que todos se casaram com netos do casal algarvio de que há pouco falei. E essa elevadíssima taxa de consanguinidade perdurou até meados do século xx. Para além de um compromisso pessoal, o casamento era o garante das condições de perpetuação do poder por parte de um conjunto de ramos familiares aparentados. Apesar de os homens se desdobrarem em múltiplas relações sexuais com mulheres exteriores ao grupo das “matrimoniáveis”, ou seja, das que eram suas parentes – e de manterem, frequentemente, com algumas delas, relações duradouras e de tipo conjugal –, casavam-se exclusivamente no interior do grupo, ou seja, no interior do conjunto de agregados familiares aparentados. Quanto à sexualidade das mulheres do grupo dominante, sabemos que, tanto em Cabo Verde como no Reino, gozava de muito menos tolerância. Um só “deslize” de uma menina da família podia colocar em causa pelo menos dois dos capitais em que o grupo assentara a sua supremacia sobra a maior parte da população: o capital fenotítico e o capital linhagístico. Sobretudo se esse “deslize” conduzisse a uma gravidez. Não que não tenha havido relações sexuais entre as mulheres da família e homens estranhos ao grupo; elas terão sido, contudo, poucas – e, neste campo, porque do domínio do privado e do ocultado, não será possível termos sequer um número aproximado dessas situações. O que sabemos é que, ao contrário da sexualidade masculina, a feminina era muito apertadamente vigiada. Numa época em que os métodos anti-concepcionais eram muito rudimentares, o resguardo das raparigas ou a repressão da sua sexualidade, se preferir, constituía o único método seguro para evitar uma gravidez indesejada. Em Cabo Verde (tal como noutros espaços ultramarinos), os relacionamentos pré ou extra-conjugais das mulheres com elementos estranhos ao grupo revestiam-se ainda de um “risco” suplementar: o de dar origem a uma gravidez, que colocaria em causa o património fenotípico tão zelosamente conservado. Enquanto no Portugal europeu, se podia, com maior ou menor facilidade, ocultar a paternidade biológica dos filhos que resultassem desses relacionamentos (no caso das relações pré-nupciais, casando-se rapidamente as raparigas), em Cabo Verde, essa ocultação era muito mais difícil, uma vez que os filhos nasceriam com traços somáticos que evidenciariam uma paternidade não exclusivamente “branca”. Embora raros, também houve casos de relacionamentos entre mulheres do grupo dominante e homens do grupo dominado que terminaram em gravidez. Tratando-se de casos muito esporádicos, contudo, não foram suficientes para abalar o património genético e onomástico que assegurou a esta família o topo da hierarquia das posições até ao final do primeiro quartel do século xx.
(Fim da 1ª parte).
Breve biografia da autora
Natural de Lisboa, Maria de Lurdes Caldas é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, mestre em Estudos Africanos pelo Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa e doutorada em Ciências Sociais pela mesma Universidade. Depois de ter leccionado no ensino secundário, cumpriu dez anos de docência universitária. Actualmente dedica-se em exclusivo à investigação, tendo feito do arquipélago de Cabo Verde e das múltiplas e multímodas dinâmicas que o enformam – ecológicas, sócio-económicas, políticas e culturais – o objecto das suas pesquisas académicas.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 949 de 5 de Fevereiro de 2020.