Carla Barbosa fez estas declarações à imprensa à margem do seminário sobre a “prevenção do cancro da mama”, promovido pelo o Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), em parceria com a Direcção Nacional de Saúde/Programa de Prevenção e controlo de doenças oncológicas e outras entidades, a decorrer esta quinta-feira.
“Em 2020 foram registadas 2,3 milhões de novos casos e 685.000 mortes. Em 2020 Cabo Verde, segundo a Globocan (Observatório da Agência Internacional de Investigação em Cancro – IARC) registou 52 novos casos de cancro de mama e 24 casos de mortalidade”, apontou Barbosa.
Esta responsável indicou ainda que, de acordo com os dados do relatório do registo oncológico do Hospital Universitário Agostinho Neto (HUAN), em 2017 e 2018 apontam para uma taxa de incidência de 15,8 por 100.000 afectando, principalmente, mulheres entre os 40 e os 59 anos, sua grande maioria diagnosticada em fase avançada da doença, mostrando ser dos cancros mais diagnosticados e das principais causas de mortalidade das mulheres cabo-verdianas.
A coordenadora sublinhou que, para mitigar este problema, o País tem apostado em acções que vão desde a promoção da saúde, prevenção, detecção precoce, melhoria de abordagem do diagnóstico e tratamento do cancro da mama, incluindo cuidados paliativos, bem como o registo oncológico e de investigação, com apoio de diversos parceiros internos e externos.
“Para reforçar estas acções e acelerar este processo de prevenção e controlo do cancro da mama, Cabo Verde junta-se à iniciativa global contra o cancro da mama (GBCI), lançada pela OMS de forma a ajudar os países na prevenção e gestão do cancro da mama”, concretizou Carla Barbosa.
Esta iniciativa, precisou, tem como objectivo reduzir a mortalidade global por cancro da mama em 2,5% por ano e assim evitar 2,5% de mortes por cancro da mama em todo o mundo entre 2020 e 2040 em mulheres com menos de 70 anos.
Conforme acrescentou, a referida acção global centra-se em três pilares, nomeadamente, a promoção da saúde, o diagnóstico atempado e a gestão abrangente do cancro da mama.
A coordenadora nacional do Programa de Prevenção e Rastreio de Cancro destacou a importância da detecção precoce do cancro da mama, lembrando que a responsabilidade de se fazer o autoexame e de ter uma rotina médica “está em cada um de nós”.
Sublinhou ainda que Cabo Verde está a trabalhar no sentido de se munir de condições para fazer radioterapia aqui no País, diminuindo a evacuação externa.
“Já foi dito por superiores que vamos ter um hospital regional cujos grandes objectivos será a diminuição da evacuação externa, ou seja, vão contemplar a parte da oncologia que terá, com certeza, a radioterapia”, sustentou.