Posição expressa hoje, em conferência de imprensa, pelo secretário permanente do SIMETEC, Roberto Graça, numa reacção ao anúncio de despedimento de 60 trabalhadores da Transportes Inter-ilhas de Cabo Verde (TICV), cujo capital social é detido em 70% pela Bestfly e em 30% pelo Estado.
O Sindicato diz que se trata de uma medida injusta e incompreensível.
“Por ter sido tomada ainda em plena pandemia, numa altura em que a retoma das actividades neste sector é notória, quando a procura de transportes, tanto por nacionais como por turistas, ultrapassa a capacidade de resposta da empresa e quando a TICV tem ao seu dispor e pode recorrer ao lay-off, medida que o Estado de Cabo Verde coloca à disposição das empresas para evitar o despedimento dos trabalhadores”, refere.
O SIMETEC pede a reintegração dos trabalhadores e exige uma intervenção do governo.
“Violando de forma flagrante a lei, [a TICV] comunicou aos trabalhadores, no dia 20 de Outubro, a sua intenção de efectuar o despedimento colectivo, e sem cumprir com tudo o que é previsto na lei. Dois dias depois, comunica a cada trabalhador de que foi despedido. O SIMETEC exige a reintegração desses trabalhadores”, afirma.
Recorde-se que, esta semana, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, escusou-se a pronunciar sobre o despedimento, apontando tratar-se de “uma questão que tem a ver com a gestão de uma empresa privada e que por isso não cabe ao Governo pronunciar-se sobre o assunto”.
“Não cabe ao Governo, nesta fase, opinar sobre isso. Tudo tem de ser feito no quadro da lei. Existem mecanismos de garantia que salvaguarda os direitos dos trabalhadores”, disse na altura.
Para o SIMETEC, o vice-primeiro-ministro “esqueceu-se” que o governo é também accionista da companhia aérea.