O ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, que rubricou o projecto denominado “Water Quality, Irrigation and On- Farm Controls for Global Food Safety and Nutrition Security”, indicou que este projecto internacional, que terá a duração de quatro anos, envolve cinco países (Indonésia, Cabo Verde, Peru, Senegal, Gana) e está orçado em um milhão de dólares e deste bolo cabe a Cabo Verde 150 mil dólares.
Explicou, de igual modo, que não se trata de um projecto de infraestruturas, mas que vai “reforçar fortemente” a capacidade de gestão da água para agricultura, num ambiente de “escassez, de aridez”, auxiliando também no controlo da qualidade de água e melhorar a capacidade laboratorial e os procedimentos a nível da qualidade de água para a agricultura.
“Para que haja melhoria na qualidade dos produtos que nós produzimos e, acima de tudo, reforçar e trazer as melhores práticas possíveis para o aumento da produtividade no sector agrário, reforçar nas cadeias de valor e produção na segurança alimentar e nutricional”, sublinhou.
Das metas primordiais a atingir, destacou que com o projecto se pretende assegurar a economia circular de água, reforçar conexos de água e energia, de acordo com plano de transição energética do País e, obviamente, aumentar a capacidade de produção de água e melhorar toda a prática de distribuição e da qualidade de água.
Reforçar ainda, indicou Gilberto Silva, toda a organização da classe produtiva no sentido de se ter cadeias de valor devidamente organizadas e com certificação dos produtos e melhor fornecimento do mercado, mas através de uma produção que seja voltada para o rendimento.
Para isso, é preciso, conforme defendeu, capacidade do financiamento e da formação dos agentes que trabalham neste sector, dos agricultores, e congregar “vários esforços” que o Governo vai realizando em “vários domínios”.
“Estamos a iniciar todo o processo da reutilização das águas residuais tratadas, e aqui é importante que todos trabalhemos no sentido de assegurar que esta água seja de qualidade para não contaminar os produtos que por exemplo que iremos produzir e assegurar que tenham uma boa qualidade”, concretizou o governante.
Este projecto vai também contribuir para o reforço da capacidade das instituições, sobretudo do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário e da Direcção Geral da Agricultura, Silvicultura e Pecuária.
Ana Touza, representante da FAO em Cabo Verde, avançou, por seu lado, que o projecto visa sensibilizar os principais interessados sobre a relação entre a qualidade da água e segurança alimentar desde o campo até à mesa ao longo de toda a cadeia de abastecimento.
“Implementará também projectos pilotos orientados para o desenvolvimento das capacidades institucionais aprofundadas em tecnologias baseada em evidências, tais como técnicas de sequenciamento completo do genoma e de modelação hidrológica para aumentar a capacidade de avaliação do risco na identificação e rastreio de patógenos transportados pela água”, elucidou .
De acordo com esta responsável, a prioridade do projecto é melhorar a qualidade de água que a ver com a baixa qualidade de água.
“A qualidade de água tem sido sempre um desafio na produção de alimentos, sobretudo num contexto que está a ter, a nível global, mais contaminação, crescimento da população, urbanização extrema, escassez da água, então o uso da água que seja saudável desde o início, ou seja, abrange desde a terra até à mesa”, salientou Ana Touza.
Este projecto, segundo a mesma, abrange todas as ilhas de Cabo Verde, tendo realçado que se trata de projecto de formação de capacidades, reforço dos treinos, das capacidades técnicas e também para o reforço dos equipamentos dos laboratórios.