Bancada do MpD na CMP diz que demolição do Mercado de Coco é loucura

PorDulcina Mendes,4 fev 2022 14:49

O líder da Bancada Municipal da Câmara Municipal da Praia, João Cabral, chamou hoje a comunicação social para reagir ao anúncio do presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, de demolir o Mercado de Coco.

João Cabral disse que foi com estupefação que ouviram esse anúncio, porque "o Mercado de Coco é uma infra-estrutura técnica e viavelmente concebida e em processo de construção, para albergar as vendedeiras do Mercado Sucupira que, há muito, conclamam por um espaço com melhores condições de acolhimento".

“É de domínio público que, no decurso da construção, as obras enfrentaram dificuldades que, no entanto, com base em pareceres técnicos de especialistas foram resolvidas e o principal obstáculo à sua conclusão era a parte financeira, um facto de conhecimento de todos que, entretanto, já foi resolvido com o financiamento do Governo, no âmbito do PRAA, em 350 mil contos”, indica. 

João Cabral disse que caso o presidente da CMP avançar com a demolição terá que reembolsar ao Governo o valor de 136 mil contos já pagos e que foram usados no reforço da estrutura. “Para a empresa vencedora do concurso, teria de reembolsar o valor remanescente do contracto, em cerca de 204 mil contos, excluindo os juros de atraso, imobilização de equipamentos e ressarcimento do valor pago, pelo visto no Tribunal de Contas. O Município continuaria a pagar a amortização da dívida de obrigações, veículo financeiro usado no financiamento do mercado. São cerca de 48 mil contos por ano até 2030”. 

O líder da bancada municipal do MpD acrescentou ainda que se essa decisão do Presidente da Câmara da Praia se materializar representa custos financeiros proibitivos para a capital. “É que a lógica subjacente à edificação desta infra-estrutura, tem que ver, justamente, com a organização e a disciplina do comércio informal na Cidade. O mercado de Sucupira, construído há mais 30 anos, com uma área de 10.112 m2, já não suporta o fluxo do comércio e a pressão da mobilidade das pessoas e viaturas”, cita.

Segundo João Cabral essa decisão de Francisco Carvalho é mais um tremendo atropelo à lei, “com laivos de usurpação do poder deste órgão, como, aliás, tem sido o apanágio deste senhor, desde que assumiu os destinos deste Concelho” e avisou que o custo da demolição pode situar-se nos vários milhares de contos sem contar o desperdício do material metálico que uma vez removidos terão baixo valor de reutilização.

Por outro lado, disse que a construção do mercado em Achada São Filipe não deverá custar menos de 300 mil contos e que além disso, será um mercado sem utilidade “tendo em conta a experiência, sem sucesso, no passado na construção do mercado abastecedor. Em caso do acordo com a empresa proprietária de terreno do Sucupira para a mudança do projecto para albergar as vendedeiras, uma mudança brutal do conceito de Shopping Mall, para um modelo misto descaracterizado, poderá custar ao município nunca menos que 200 mil contos”.

E pergunta porquê que a Praia terá de suportar um custo de mais de 700 mil contos, por essa “loucura”.

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Autoria:Dulcina Mendes,4 fev 2022 14:49

Editado porAndre Amaral  em  25 out 2022 23:27

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