“Nós, as Mulheres, temos o poder transformador para um mundo mais harmonioso, mais verde”

PorSara Almeida,2 abr 2022 8:45

Gestora, mulher de causas e Primeira-Dama. No âmbito da comemoração do dia da Mulher Cabo-verdiana, que se assinalou no passado domingo, 27, o Expresso das Ilhas conversou com Débora Katisa Carvalho que partilha a sua estória, em muito semelhante à de outras cabo-verdianas, as causas em que sempre se envolveu e nos fala também da Mulher de hoje e suas lutas, bem como da cultura de paz social e ambiental que deseja promover.

Hoje Primeira-Dama, Débora Katisa Carvalho teve, até certo ponto, um percurso semelhante ao de muitas meninas e mulheres cabo-verdianas. Nascida e criada na cidade da Praia, no bairro da Achadinha, no seio de uma família gerida por duas mulheres – a mãe e a avó – ela própria define a sua infância e adolescência como igual à da “maior parte das crianças cabo-verdianas”.

“A memória que tenho é da minha mãe e da minha avó a cuidarem de mim. Essa presença feminina, que é o mais normal em Cabo Verde, onde temos a gestão familiar ao encargo das Mulheres”.

As duas figuras femininas deram-lhe molde e inspiração, pela tenacidade e “trabalho árduo”.

A avó, que vivera a fome de 47 e que assistira ao Desastre da Assistência (Fevereiro de 1949) emigrou para a Guiné-Bissau. Regressou com os filhos em 74, aquando do 25 de Abril, nas circunstâncias difíceis em que os emigrantes voltavam à terra. Valeu-lhes a Igreja do Nazareno, que professam e que lhes disponibilizou habitação e outros apoios.

Débora nasceu quase três anos depois. Em Janeiro de 1977. A mãe era professora primária e ao longo da sua vida viu-a a trabalhar, estudar e batalhar. Primeiro, para fazer o seu Bacharelato como professora em Cabo Verde. Depois a rumar a Portugal, a Braga, para complementar os estudos, e fazer a licenciatura. Como tantas mães cabo-verdianas.

Valia o constante apoio e presença da avó, que em todas as ausências por trabalho ou estudos, cuidava dos netos. Como tantas avós cabo-verdianas.

Crescer

Da relação entre o pai e a mãe de Débora Katisa Carvalho nasceu mais uma irmã. Depois o casal separou-se, quando ela tinha 4 anos, e nasceram os meios-irmãos: duas irmãs de pai e um irmão de mãe.

Foi com a irmã e o meio-irmão que cresceu. Uma infância e adolescência tranquilas, em que o tempo decorria entre a escola e os estudos, a casa e o bairro onde vivia e a igreja.

“Eu era muito caseira”, conta.

E cuidadosa. Ainda hoje tem os seus brinquedos preferidos da infância, prendas que o padrinho, que tinha melhores condições económicas, lhe dava.

“Ainda hoje tenho a máquina de costurar, a máquina de fazer bolos e dois bebés chorões que ele me ofereceu. Eu não saía com os meus brinquedos à rua para não estragar, contrariamente à minha irmã”, recorda.

E era também estudiosa. “Eu sempre tive este ‘comboio’ também da minha mãe, sempre ali a batalhar muito …”

Estudos

Débora fez os seus estudos primários na Escola da Capelinha, que fica perto das moradas da família. Depois, no ciclo, teve dois anos de instrução na escola do Lavadouro e fez o resto dos estudos no Liceu Domingos Ramos.

Quando chegou a hora de escolher a área, ponderou seguir Direito, mas as críticas de um avô â classe, e as noções de bem e mal das quais estava embebida na Igreja, não a deixaria confortável em defender criminosos.

Optou por Gestão. “Acho que tem muito a ver também com a minha vivência”, analisa. “Cresci a ver a minha mãe e a minha avó a gerirem o pouco que tínhamos”.

Por exemplo, se havia goiaba, do interior a avó fazia doce, e da casca geleia. Se o almoço hoje era peixe, e sobrava, amanhã fazia-se pudim de atum. A ideia era desperdício zero, “geríamos todos os recursos”.

Isso influenciou, assim, o seu percurso e escolha. “Fui para Gestão naquela perspectiva de aprender a gerir melhor os recursos: os meus recursos, os recursos do país…”

Fez a sua licenciatura na Faculdade de Economia do Porto (Portugal) e, depois, o mestrado em Marketing na mesma faculdade.

Ao mesmo tempo, ganhou experiência laboral, tendo trabalhado entre 2001 e 2005 na empresa de telecomunicações Vodafone. Mas, findo o mestrado, por motivos pessoais, regressou a Cabo Verde.

Aqui chegada trabalhou até 2011 como directora na seguradora Ímpar, e depois no grupo CVTelecom.

Verde

Entretanto, Débora Katisa Carvalho envolveu-se também em várias causas. Entre as mesmas destacam-se as realizadas em prol do ambiente e protecção também dos animas. Uma Causa que tem também raízes na sua infância.

A avó, cozinheira de “mão cheia”, que fazia bolos e comida para venda, era também uma apaixonada por plantas e animais. Talvez o “verde” e abundância da Guiné, confrontados com o seco e as fomes de Cabo Verde, lhe tivessem marcado a memória, a verdade é que a sua casa – contígua à da mãe de Débora – tinha imensas plantas. Um cenário bem diferente do exterior, árido e seco. Também tinha muitos animais: coelhos, porcos da índia, galinhas, pombos, etc. E a senhora sempre ensinou e incentivou os netos a ajudar e cuidar dos animais e plantas, enfim, de todos os seres vivos.

“Eu e minha irmã trazíamos gatos e cães pequeninos, abandonados nas ruas, para casa, e ela e o meu tio ajudavam a cuidar”, lembra.

Para além deste cuidado que a avó lhe transmitiu, também a escola lhe marcou a causa. Naquela altura, as campanhas de plantação de árvores estavam na ordem do dia. “Lembro-me da minha professora [primária] falar muito da seca, de que tínhamos de plantar árvores para proteger o solo”.

E própria Igreja fomentava este interesse. “Gostava imenso da história da Arca de Noé, daquela ideia de que houve um dilúvio, mas a indicação divina era proteger as espécies e o próprio Noé tinha esta preocupação, por isso levou um par de cada espécie”.

A preocupação com a protecção dos animais o ambiente e, levou, intrinsecamente, à questão das alterações climáticas.

A constatação “das alterações climáticas provocadas pelo modelo de desenvolvimento, que escolhemos nos últimos anos 200 anos, e que é um modelo muito à base dos combustíveis fósseis”, preocupou-a. Mais ainda quando olhando o seu impacto em Cabo Verde, que sofre influência do Sahel e, por outro lado, é pequeno país arquipelágico.

“Não sei se toda população cabo-verdiana está muito ciente dos impactos que já estamos a sofrer”, lamenta. “Somos mais mar do que Terra. Temos o problema grave de acidificação dos oceanos e é por isso que os pescadores hoje se queixam da falta de peixe. Temos a acidificação, as secas, as chuvas são escassas em Cabo Verde, e quando vêm agora, cada vez, vêm com mais violência climática. Então, o pouco solo arável que temos vai sofrer também muita erosão com essas chuvas. O solo, já desgastado pela erosão,” fica destruído com essas chuvas, aponta.

É um tema de que fala com paixão e que sobre os quais pesquisa. Aliás, foi vontade de “adquirir ainda mais conhecimentos [sobre o tema], para ver como contribuir melhor para a comunidade e para o país” que levaram Débora Katisa Carvalho a ingressar, em 2019, num doutoramento em Alterações Climáticas.

Causas e Acções

Da paixão à acção. Há já vários anos pois, que Débora Carvalho trabalha esta causa. Por exemplo, foi organizadora em Cabo Verde, em 2018, da Marcha “350” pelo clima, um evento global de sensibilização para os impactos das alterações climáticas. Depois da marcha o trabalho do colectivo, que se juntou nesse âmbito, continuou, nomeadamente através de conferências e em outras acções promovidas com outros grupos.

Destaca-se, entre outros, a iniciativa levantada por Luísa Lobo, de plantação de árvores frutíferas nos centros urbanos, que a 350 Cabo Verde abraçou. Assim, deslocaram-se a vários locais, plantaram, ofereceram árvores e tentaram “cultivar” esse espírito de “comer uma fruta e da fruta fazer nascer uma árvore”.

“Íamos plantando e oferecendo [plantas] às pessoas para ver se nas suas comunidades voltávamos a ter esses hábitos”. “Voltávamos”, destaca, porque esta prática das campanhas de reflorestação foi já forte em Cabo Verde.

“É um hábito útil para o país que precisamos de resgatar”, defende.

Mas Débora não abraçou apenas causas “verdes”. A vertente social sempre foi também muito presente.

Por exemplo, junto com a Liga Nazarena de Solidariedade participou na criação do curso para as empregadas domésticas.

“Sempre foi uma classe que me preocupou, porque é uma classe que trabalha muito, mas que chega a idade da reforma e praticamente não tem nada”. Além disso, têm uma constituição familiar muito vulnerável, muitas vezes sem dinheiro para colocar sequer os filhos num infantário, deixando-os “à mercê de uma educação da rua”.

Primeira-Dama

Débora continua a fazer o activismo cidadão, que sempre fez, como duas grandes diferenças: o seu trabalho neste sentido foi reforçado, e tem muito mais visibilidade. Isto devido ao cargo nacional que hoje ocupa.

Em 2015, Débora ainda não o sabia, mas começava aí, numa viagem ao Fogo, um novo percurso que a levaria a Primeira-Dama. Foi aí que conheceu, pessoalmente, José Maria Neves, então primeiro-ministro, em fase final daquele que tinha decidido ser o seu último mandato.

Depois do encontro nessa deslocação comum, a relação desenvolveu-se. A 17 de Outubro de 2021, como se sabe, José Maria Neves foi eleito Presidente da República. Em Novembro tomou posse. Débora continuou a sua vida profissional normal e só a partir de Janeiro deste ano pediu licença especial à entidade empregadora (CVMóvel).

Com mais tempo para o cargo, dedica-se agora à defesa das suas causas, mas ao mais alto nível.

“Sempre pedi a Deus que me desse a oportunidade de poder dedicar-me às causas, aquilo que eu achava que a minha sociedade devia olhar. Olhar para as crianças, olhar para os mais vulneráveis”, … e olhar a solidariedade, que aliás definiu como um dos pilares enquanto Primeira-Dama.

Aliás, esta é também uma forma de retribuir toda a solidariedade que recebeu ao longo da vida. Da habitação condigna proporcionada à mãe e avó pela Igreja do Nazareno, às roupas bonitas que recebia e que eram enviadas para a Igreja pelos missionários americanos, à ajuda e mimos de amigos.

“A solidariedade esteve sempre muito presente, então eu não tenho como também não ser solidária com os outros. Acho que recebi tanto… agora também é a minha vez de retribuir à sociedade aquilo que eu fui recebendo…”

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Dia da Mulher Cabo-Verdiana

\\ Entrevista com Débora Katisa Carvalho, Primeira-Dama\\

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Como definiria, hoje, a mulher cabo-verdiana, no geral?

A mulher cabo-verdiana, em todos os tempos da história de Cabo Verde, cuidou literalmente da família, das gerações futuras, e tanto cuidou que às vezes se esquece dela própria. Acho que estamos num momento em que a mulher começa a consciencializar-se de que, apesar de cuidar do marido, dos filhos, do pai, da mãe, da avó que vai ficando idosa, quer ter a sua vida profissional, quer ter o seu palco. Começa a perceber que o tempo dela está confiscado pelos muitos cuidados que a sociedade, na verdade, tem a expectativa que carregue. Começa a ter essa consciência de que também precisa de olhar para ela e tomar o seu espaço. A sua competência já está mais do que provada, não é essa a questão, não é também uma questão de direito formal, é uma questão do tempo. Como o tempo é totalmente confiscado com a economia do cuidado, não consegue competir num palco de decisão, num palco político, por exemplo, da mesma forma que um homem. Ele pode ter 3 filhos, e uma mulher também ter 3 filhos, mas a gestão do tempo é totalmente diferente.

Diria, então, que o grande desafio da mulher Cabo-verdiana neste momento é conquistar tempo?

Apropriar-se do tempo dela e delegar, repartir o trabalho, com os outros, nomeadamente nos homens. E com os filhos também. Lembro-me, quando pequena, que eu e a minha irmã tínhamos as nossas tarefas domésticas – ir buscar água, tratar da roupa, limpar, etc. – e ainda havia tempo para estudarmos. Portanto, acho que a mulher, hoje, a mulher profissional que quer ocupar outros palcos precisa de não se sentir mal, de não ter a consciência pesada, ao dividir o tempo do cuidado com outros elementos. Não devemos ter problemas em pedir ajuda para que também tenhamos tempo para nós, e para que possamos fazer coisas úteis para a sociedade, onde a mulher é fundamental. Acho que estamos num ponto quase que de revolução, da revolta Ribeirão Manuel, em que as Mulheres disseram “Não!”. Este é o nosso momento, de criarmos uma revolução. A primeira revolução é termos consciência do nosso valor, de que podemos ser úteis à sociedade, apropriarmo-nos da gestão do tempo e fazemos essa revolução pacífica. O mundo está doente, está em guerra, e acredito que nós as Mulheres temos este papel e este poder transformador para a paz, para o amor, para um mundo mais harmonioso, mais verde.

E em relação à questão da violência contra as mulheres e contra as meninas? Como vê a presente situação em Cabo Verde?

Já conquistamos muito em termos de igualdade e equidade do género, na luta contra a violência baseada no género. A sociedade já não fica indiferente, as mulheres procuram ajuda, embora a maior parte (60%) ainda não o faça. Apenas 40% das mulheres que sofrem VBG procuram ajuda. Mas evoluímos muito. Temos a lei da paridade, temos a lei contra a VBG. Acho que o que precisamos neste momento é questionar porque é que ainda os números (da violência) são elevados, e eu acredito que precisamos de rever a abordagem que estamos a trabalhar. Um dos aspectos que acredito que precisamos de voltar a repensar é na inclusão dos homens, é no trabalho com este. Se eles constituem o segmento agressor, precisamos de perceber que educação é esta que está a ser propiciada que transforma o homem cabo-verdiano num agressor. Porque nós não nascemos agressores. Não nascemos, aprendemos a ser. Então a sociedade como um todo tem que repensar esta abordagem e trabalhar a base. Eu acredito que a base está na família, e está em todas as esferas que contribuem para a nossa educação. A minha educação não foi feita só dentro de casa com a minha mãe e com a minha avó. A minha educação veio da escola, mas também veio da vizinhança, veio da igreja, veio dos colegas e amigos no liceu, veio também dos livros que eu lia. A televisão também influencia... Então, acho que precisamos de prestar mais atenção a toda a cadeia de educação que está a ser propiciada aos rapazes, até se tornarem agressores. Por exemplo, às vezes, passo nas ruas e vejo um grupo de 4 ou 5 crianças, rapazes a brincar, e paro para ouvir. A violência verbal nas crianças é grande! Onde é que essas crianças aprenderam essa violência? Foi em algum sítio. Porque é que as meninas tipicamente são resguardadas para um trabalho mais doméstico, de protecção da menina, mas os rapazes são relegados para a rua, podem ir jogar futebol, podem regressar a casa quando quiserem? Claro que se vão apropriando de outros valores. Então, acho que precisamos de fazer uma análise crítica, ver como é que a nossa sociedade está a contribuir para a construção desta comunidade de agressores. E além de percebermos isso, temos que perceber como é que vamos transformar um agressor, em um não agressor. Acho que muito das políticas que temos desenvolvido está a focar-se nas vítimas, e é claro que temos que empoderar as vítimas para denunciarem, mas temos que começar a trabalhar a base, a origem, o como é que se cria um agressor. Como disse ninguém nasce agressor, há uma estrutura social que o cria. Estamos a trabalhar a consequência, temos a lei que pune, mas o que é que nós estamos a fazer para criar uma cultura de paz e de não agressores? Porque só vamos terminar, só vamos ter VBG zero, se o agressor desaparecer. E acho que esse é que é o desafio que temos em mãos neste momento.

De uma forma geral, e não falo apenas das mulheres, quais as prioridades para os próximos cinco anos?

Algo que me inquieta muito, muito é a violência sexual contras as crianças. Elas não têm voz, então é um desafio enorme para a família perceber o que é que se está a passar. E depois, ter a coragem de pedir ajuda. As famílias precisam de ver que aquela criança vai ficar marcada para o resto da vida. Gostaria de trabalhar para que a família cabo-verdiana pudesse ter condições, ferramentas, para perceber quando é que a agressão está acontecer - porque às vezes quando as famílias percebem já passaram vários meses ou anos de violação. E dar voz às crianças e protegê-las, porque ainda temos centros urbanos e locais onde não há um espaço para acolhermos essas crianças, trabalhá-las psicológica e emocionalmente. Então, é preciso dar ferramentas às famílias, é preciso também criarmos instituições que possam albergar essas crianças e famílias, mas precisamos também ver a doença mental. Precisamos de trabalhar esta questão, precisamos perceber como é que esses comportamentos de violação sexual acontecem. Tenho falado com muitas pessoas que trabalham nesta área, e grande parte relata que os agressores também, na sua maioria, foram também agredidos sexualmente na sua infância. A sociedade está a criar um ciclo de reprodução da agressão. Propagamos sempre que as crianças são o futuro da nação, e se uma parte deste futuro está a ser agredida, ainda por cima na sua intimidade, na sua sexualidade, estamos a comprometer o nosso futuro. Claro que a violência extravasa a violência sexual e acho, e preocupa-me muito, que estamos com resquícios de muita violência na nossa sociedade. Desde logo a violência verbal, que estamos quase que a naturalizar a violência verbal. Até mesmo por exemplo na troca de e-mails. A forma como nos comunicamos verbalmente em todas as esferas, desde as crianças passando por casas importantes cabo-verdianas, precisamos de ver isso. Portanto, preocupa-me a violência sexual e a violência geral na sociedade, que depois acaba por desembocar na VBG, na violência do pai contra o filho, dos filhos contra pais, dos irmãos, temos visto todos os dias relatos. Acho que estamos a afunilar a violência que estamos a viver em várias esferas, em certos tipos de violência, mas precisamos de prestar atenção na quantidade de violência (no geral) que nós estamos a viver na sociedade cabo-verdiana.

Nos próximos 5 anos, é uma cultura de paz que gostaria de ver estabelecida?

Uma cultura de paz, e que esta cultura de paz fosse na minha relação com o próximo, entre pessoas, mas também na minha relação com todos os outros seres, com o ambiente. Com esta cultura de paz, acho que conseguimos muitas mudanças.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1061 de 30 de Março de 2022. 

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Autoria:Sara Almeida,2 abr 2022 8:45

Editado porJorge Montezinho  em  4 abr 2022 10:27

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