“Anunciei hoje, a boa nova em Santo Antão, de que em breve, vamos levantar o embargo aos produtos agrícolas da ilha, em relação às ilhas do Sal e da Boa Vista”, disse o chefe do Governo, que desde a tarde de segunda-feira está de visita àquela ilha, no norte do arquipélago e uma das de maior produção agrícola de Cabo Verde.
“Sal e Boa Vista representam um mercado emergente, consumidor de produtos agroalimentares e não representam risco imediato relativamente à propagação e disseminação da praga dos mil pés. Desta forma, vamos permitir que haja mercado para os produtos de Santo Antão”, afirmou.
Segundo Ulisses Correia e Silva, o Ministério da Agricultura está a trabalhar com a cooperação chinesa, através de um instituto de investigação da China, para encontrar “uma solução estruturante para a praga dos mil pés”.
“Tivemos algum atraso por causa da pandemia, mas aguarda-se a qualquer momento a vinda de técnicos chineses, com experiência no assunto, para nos ajudar a mitigar os efeitos desta praga”, afirmou o chefe do Governo.
“Por outro lado, avancei que vamos intensificar a prospeção de águas subterrâneas com os furos necessários, e continuar os investimentos em reservatórios, diques e criar as condições para podermos de facto mitigar os efeitos da falta de água e darmos respostas estruturantes no sector da agricultura, com soluções sustentáveis”, disse ainda Ulisses Correia e Silva.
Os mil pés, uma espécie de centopeia que come plantas, tubérculos e raízes, são conhecidos na ilha de Santo Antão desde os anos 70, quando surgiram no vale da Ribeira Grande, zona de agricultura de irrigação.
Contudo, há 38 anos tomaram a proporção de uma praga de tal ordem que as autoridades proibiram a exportação de produtos agrícolas de Santo Antão, deixando apenas que chegassem à vizinha ilha de São Vicente.
Em 2013, surgiu um foco em São Nicolau, mas que segundo o Ministério da Agricultura está controlado, e em 2021 surgiram dois casos na ilha de Santiago.