Aníbal Fonseca, que falava a propósito do Simpósio sobre Sistemas Alimentares Sustentáveis em Santo Antão, encerrado, quarta-feira, 18, na cidade do Porto Novo, avançou que os dados estatísticos confirmam que a ilha tem conhecido “uma perda considerável” da sua população nos últimos dez anos.
“Isto é dramático. Digo isso com toda a convicção. Não há drama maior para Santo Antão do que a perda da sua população, sobretudo jovem. Estamos a referenciar a uma perda de 25% em cerca de 20 anos. Isto é um drama que tem que ser travado”, avisou o autarca.
Este fenómeno resulta, a seu ver, da ausência da actividade económica para os jovens em Santo Antão, que têm estado a deixar a ilha à procura de melhores oportunidades para viver em outras regiões do País ou além-fronteiras.
Este drama, no entender do presidente da Associação dos Municípios de Santo Antão, “só poderá ser travado” com a criação de oportunidades, actividade económica e emprego, para que os jovens fiquem na ilha e sejam, efectivamente, “a força-motora do desenvolvimento” da região”.
O simpósio, promovido durante dois dias pela Associação dos Amigos da Natureza e pelo Centro de Estudos Rurais e Agricultura Internacional da Espanha, colocou “tónica bastante forte”, segundo o autarca, na questão da juventude e mulheres, em como promover a actividade económica para a fixação dos jovens em Santo Antão.
Para tal, os autarcas têm defendido a construção das “grandes infra-estruturas” na ilha, com destaque para o aeroporto.
O Governo reiterou, em Março, aos municípios de Santo Antão o “compromisso” de construir o aeroporto internacional de Santo Antão, sem, contudo, indicar a data concreta para o arranque desta “obra de grande porte”.
O vice-primeiro-ministro, numa visita a Santo Antão, assegurou que, apesar da crise económica mundial, provocada pela pandemia de covid-19 e pela guerra, o Governo está a trabalhar com vista à concretização do aeroporto, tendo abordado esta questão já com o Banco Mundial.