O anúncio foi feito pela administradora do INMG, Ester Brito, durante uma conferência de imprensa, convocada para partilhar a previsão climática sazonal para Cabo Verde 2022.
Isto, tendo como referência este ano, as médias climáticas de 1991/2020 e os resultados das previsões dos Centros Globais Especializados da Organização Mundial da Meteorologia (OMM), a previsão de consenso das características agro-hidroclimáticas para a zona sudano-saheliana, que apontam para uma estação em geral húmida no período de Junho a Setembro.
Ester Brito, para quem as previsões são animadoras, depois de três anos de escassez de água, explicou que para todo o arquipélago, a previsão nacional e a do consenso apontam para a probabilidade de chuvas normais com tendência a excedentárias para o primeiro trimestre Junho/Julho/Agosto e chuvas normais ou em torno da normal climatológica, de 106,7mm, para o segundo trimestre Julho/Agosto/Setembro.
De acordo com os resultados, explicou ainda que a nível regional a previsão do consenso indica “grande probabilidade” de as chuvas serem equivalentes ou superiores à média climatológica na maior parte da faixa saheliana, com datas de início geralmente precoces, datas de término da estação tardias, e períodos de sequência seca, curtos, na parte ocidental, e médios na parte oriental.
Face às previsões, reiterando que para este ano pode-se perspectivar “uma boa estação das chuvas” e consequentemente “um bom ano agrícola”, a mesma fonte indicou que se verifica tendência para o início de estação ser normal a precoce, em meados de Julho, o fim da estação ser tardio, a meados de Outubro, e as sequências secas serem curtas.
Apesar de se estar perante um “cenário bom” para este ano, considerando, entretanto, a situação geográfica do País, na zona do Sahel, Ester Brito comentou que há sempre probabilidade de entrada de poeiras que podem reduzir a humidade e “mudar totalmente” o cenário que está sendo previsto.
“É importante realçar que esta previsão não descarta a probabilidade de ocorrência de eventos extremos, chuva intensa, depressões tropicais, ventos fortes, e agitação marítima, que podem atingir todo o arquipélago, com intensidades variadas”, completou a responsável da INMG.
Ester Brito indicou ainda que as previsões sazonais, actualmente, são consideradas não só “ferramentas essenciais para planeamento das actividades agrícolas e gestão de recursos hídricos, como também para a preparação e gestão de eventuais eventos climáticos extremos, podendo ser utilizada para melhorar a resiliência da população às mudanças climáticas”.