Augusto Santos Silva diz que a guerra no leste da Europa tem perturbado imenso o cumprimento do acordo de Paris e originado recuos significativos na capacidade de garantir a sustentabilidade do planeta, combater as acções climáticas, proceder à transição energética e acabar com o consumo de hidrocarbonetos.
"O elemento talvez mais preocupante sobre o qual devemos reflectir mais é este, ninguém conseguirá ganhar sozinho a batalha da acção climática. Nem Europa, nem os Estados Unidos, nem a China, a África, nenhum País, nenhum bloco por si conseguirá ganhar essa batalha. Esta acção tem que ser uma acção de todos e, portanto, tipicamente um caso de agenda multilateral, de envolvimento de todos no multilateral ismo e de envolvimento de todos na plataforma multilateral por excelência, que são as Nações Unidas ", avança.
A cerimónia de abertura da reunião da UIP-CPLP foi presidida pelo Presidente da República Interino, Austelino Correia, que durante o seu discurso disse que encontros como este devem servir para troca de experiências e fixação de metas e horizontes temporais razoáveis no que diz respeito as mudanças climáticas.
"Por exemplo, política do 'zero plástico', em 10-20 anos. Transição energética progressiva até 2050 e que proponha atingir 30 a 50% de penetração das renováveis de baixa emissão de carbono na produção eléctrica, na mobilidade, nos domésticos e nas indústrias. Normalização legislativa que leve em conta os desafios ambientais e a problemática do aquecimento global. Introdução da problemática do ambiente nos curricula escolares", avança.
O encontro da Praia visa promover uma cooperação mais sólida, com o objectivo da promoção do desenvolvimento de soluções parlamentares conjuntas para debelar a crise climática. Pretende-se igualmente promover debates alargados sobre os impactos das mudanças climáticas no processo de desenvolvimento dos países da CPLP, com vista à identificação das melhores respostas que promovam o aumento da capacidade de resiliência, bem como a promoção de implementação dos acordos climáticos nacionais e internacionais nos países da comunidade lusófona.
A reunião da UIP-CPLP surge no quadro do encontro entre países membros da CPLP, à margem da 144ª assembleia da UIP, realizada em Março do corrente ano, em Nusa Dua, Indonésia, com o propósito de criar um momento de intercâmbio de ideias e de experiências sobre um tema candente da actualidade mundial.