O anunciou foi feito através de um comunicado na página oficial do Facebook do Chefe do Governo tendo "em conta as muitas informações que têm sido publicadas, relativas às circunstâncias em que se verificou o falecimento do jovem João Carlos Martins da Cruz, de 14 anos, no passado dia 01 de agosto, no Hospital São Francisco de Assis, em São Filipe, ilha do Fogo", lê-se.
O objectivo do inquérito, anunciou o primeiro-ministro, é "garantir o cabal esclarecimento de todos os factos relativos a esse acontecimento, face à gravidade das insinuações que têm sido feitas".
“Considerando que o Governo não pode fazer acusações e nem encetar processos de eventual responsabilização, sem uma apreciação objetiva e rigorosa dos factos; Considerando que estão envolvidos serviços de saúde e de transportes, o que faz com que a superintendência não esteja adstrita a um único departamento governamental responsável. O Governo decide instaurar um rigoroso inquérito sobre os serviços médico-hospitalares prestados ao doente João Carlos Martins da Cruz, no Centro de Saúde da Brava e no Hospital Regional São Francisco Xavier no Fogo; o procedimento adoptado na evacuação do doente pela via marítima, para a ilha do Fogo”, escreveu.
Ulisses Correia e Silva informou ainda que a equipa para proceder ao inquérito é constituída pela Yolanda Landim, Gineco-obstetra, em exercício no Hospital Universitário Agostinho Neto que coordena; Hélida Djamila Fernandes, médica pediatra em exercício no Hospital Universitário Agostinho Neto e Cilene Silva, gestora do Fundo de Segurança marítima.
O inquérito deve ser iniciado de imediato e o respectivo relatório ser apresentado ao Primeiro-ministro-Ministro até ao dia 31 de Agosto.
Quanto às despesas relacionadas com a realização do inquérito, incluindo deslocações e estadias dos inquiridores, serão suportadas pelo orçamento da Chefia do Governo, segundo o governante.
“Tratamento prioritário deverá ser dado em todos os procedimentos necessários para a realização do inquérito e a produção do relatório no prazo estipulado no presente despacho”, pontuou.
De referir que Djony, de 14 anos, faleceu após ter sido evacuado de bote de pesca da ilha Brava para o Hospital Regional Francisco de Assis, no Fogo.
Após protestos nas redes sociais, o governo veio a esclarecer que o jovem sofria de anemia grave e que os procedimentos de evacuação aconteceram com a máxima urgência.
Entretanto, também na segunda-feira, o Presidente da República defendeu que deve-se auditar o atendimento em todo o sistema nacional de saúde, uma vez que tem havido muitas queixas, “justas ou injustas”, de pessoas que se consideram mal atendidas e mal tratadas nos serviços de saúde.