Raimundo Lopes falava hoje aos jornalistas à margem das actividades comemorativas dos 180 anos da instituição.
“O futuro da Imprensa Nacional será desafiante, será um futuro onde vamos apostar fortemente na gráfica de segurança, que é o projecto de soberania nacional. O primeiro momento é a personalização dos documentos de segurança em Cabo Verde como passaporte, bilhete de identidade, cartão de residência e numa segunda fase também vamos avançar com a carta de condução digital”, avançou.
Segundo o responsável, trata-se de um projecto amplo, com um orçamento de cerca de 470 mil contos.
“A imprensa nacional recorre à banca, com o aval do Estado para obter o valor de 235 mil contos e há o parceiro, que é a União Europeia, que entrou com 220 mil contos para o financiamento do recheio de todos os equipamentos de segurança para a a gráfica de segurança. O objectivo não é apenas isso, é também expandir. Sabemos que aqui em Cabo Verde o nosso mercado é reduzido e no futuro pensamos, juntamente com um parceiro, tentar alcançar os mercados da nossa sub-região africana”, afirmou.
Para tal, a INCV já conta com a Casa da Moeda de Portugal como parceiro, por considerar ser uma instituição de referência que elabora todos os documentos da União Europeia.
Quanto à sustentabilidade da instituição, Raimundo Lopes assegurou que apesar dos períodos de crise provocada pela COVID-19, a INCV é uma empresa estável, que tem gerado resultados positivos e que o conselho de administração pretende, para o horizonte 2022-2024, consolidar esses resultados.
Um outro desafio para a INCV será a adaptação da instituição ao contexto digital, que o mundo actual requer.
“Vamos continuar com a gráfica tradicional, mas de forma reduzida. A imprensa não pode continuar no sistema tradicional, a adaptação da nossa estrutura, do nosso edifício, a nossa imagem, o novo site, adaptar a novos contextos mais imprevisíveis, um contexto digital que o mundo actual requer”, sustentou.