O anúncio foi feito no discurso de encerramento do Projecto Integração da Biodiversidade no Turismo em Sinergia com o Sistema Nacional de Áreas Protegidas (Projecto BIOTUR), implementado em Cabo Verde desde 2017 para integrar a conservação da biodiversidade no planeamento e nas operações de turismo a nível nacional.
“Estamos para finalizar um programa para a criação de Fundo Climático e Ambiental, que terá várias componentes, nomeadamente na transformação da dívida em financiamento climático e ambiental”, disse o chefe do Executivo, apontando como uma das componentes a integração dos projectos ambientais Reflor-CV e BIOTUR.
O Fundo Climático e Ambiental proporcionará, acrescentou, uma “maior protecção” do ambiente e ganhos económicos, “de uma forma equilibrada e sustentada para as pessoas”.
Neste sentido, prometeu um engajamento “muito forte” do Governo para fazer o efeito multiplicador deste projecto, de modo a alargá-lo para todas as ilhas e consequentemente tirar muitas pessoas da pobreza e ajudar mulheres com capacidade de inclusão produtiva.
Ulisses Correia e Silva comunicou ainda a intenção do Governo de assinar um pacto de sustentabilidade com todos os municípios do País, com o objectivo de criar as condições ambientais para o bio-turismo.
“Este tipo de turismo não casa com problema de saneamento e falta de limpeza”, advertiu o primeiro-ministro, apelando à valorização deste tipo de projectos e a valorização dos seus resultados.
Por sua vez, o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, enalteceu a importância deste projecto por, conforme constatou, visar obras de atitude e práticas, assim como mudança de abordagem no desenvolvimento e na valorização das áreas protegidas, através do turismo.
“O BIOTUR é dos projectos mais completou que já tivemos no Ministério da Agricultura e Ambiente (…) por abordar o desenvolvimento do turismo da natureza através da valorização da biodiversidade”, acrescentou o governante, adiantando que para a sua execução teve mudanças de legislação, reforço da educação ambiental e trabalho no terreno com as comunidades.
O coordenador do projecto BIOTUR, Leno dos Passos, disse que conseguiram “grandes ganhos”, nomeadamente a nível da conservação da natureza, elaboração de plano de gestão para 15 áreas protegidas, reforço da fiscalização e monitorização das áreas protegidas.
Sobre o turismo sustentável informou que foram reabilitados “mais de 90 quilómetros” de trilhos dentro das áreas protegidas a implementação de um programa de certificação para alojamentos e a revisão de três diplomas
O projecto BIOTUR foi cofinanciado pelo Fundo Global para o Ambiente (GEF), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Governo de Cabo Verde no valor de cerca de seis milhões de dólares.
Foi executado pelo Ministério da Agricultura e Ambiente, através da Direcção Nacional do Ambiente em parceria com a Direcção-geral do Turismo e Transportes durante o período de 2017-2022.