O assunto foi abordado pelo líder da UECL durante um encontro que manteve com o embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Monteiro.
Em declarações à Inforpress, Edson da Veiga diz que o custo médio da renda tem sido de 350 euros e os estudantes muitas vezes chegam ao país sem condições financeiras.
“Abordamos a questão da habitação que é um problema de escala nacional e Lisboa é das cidades que tem estado a sofrer mais. O custo médio da renda tem sido de 350 euros e os estudantes muitas vezes vêm sem condições financeiras, ou seja, é uma barreira sobretudo para aqueles que chegam pela primeira vez e não conhecem as pessoas que os ajudem a encontrar os quartos com preços mais acessíveis”, explica.
O responsável refere que existem residências estudantis, mas que os estudantes cabo-verdianos têm estado a enfrentar dificuldades em ter acesso, pelo que pede a intervenção da embaixada junto de instituições de ensino.
“Da parte da embaixada, reconheceram esta problemática que é também uma preocupação que os responsáveis têm. A informação que nos deram é que o Governo português também reconhece e tem estado a implementar algumas medidas para tentar colmatar essa situação”, esclarece.
Em relação a obtenção de visto, o presidente da UECL lembrou ao embaixador que os estudantes têm chegado “bastante atrasados”, acabando por perder o primeiro semestre e afectando na adaptação ao ensino superior, prejudicando no tempo do término do curso, ou mesmo perdendo vagas, se chegarem depois de Dezembro.
“Junto da embaixada reconhecemos o esforço e medidas que foram implementadas, entendemos que o fluxo de imigração para Portugal tem estado a aumentar, não só de Cabo Verde (…). Anualmente tem cerca de 3.000 estudantes a pedir visto, mas a perspectiva é que ao longo do tempo mecanismos venham a ser aprimorados e já este ano notamos algumas melhorias”, admite.
Em relação a bolsa de estudo, Edson da Veiga abordou com o embaixador o facto de o montante de 271.84 euros que os estudantes recebem não chegar para as despesas, às vezes nem para pagar uma habitação, e que devido a situação financeira “há muitos que são obrigados a trabalhar”, o que acaba por prejudicar o rendimento e aumentar o abandono escolar.