Portugal emitiu mais de quatro mil vistos para estudantes cabo-verdianos

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,3 jul 2023 8:59

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O consulado de Portugal em Cabo Verde emitiu 4.023 vistos de estudantes, em 2022, número esse que tem aumentado de ano para ano, revelou o embaixador cabo-verdiano neste país europeu, Eurico Correia Monteiro.

“No ano passado, até Dezembro de 2022, foram concedidos 4.023 vistos de estudantes. Esse número é maior no ano lectivo 2022/2023, quando sabemos que em Janeiro e Fevereiro deste ano também foram concedidos vistos para estudantes”, revelou o embaixador em declarações à Inforpress, em Lisboa.

De acordo com Eurico Monteiro, se comparado com 2015 em que foram concedidos 528 vistos de estudantes, pode-se “facilmente” notar o aumento que se tem registado todos os anos, tendo avançado ainda que em relação aos vistos de residência e de estada temporária emitidos pelo consulado de Portugal em Cabo Verde, de 2025 a 2022 chegaram aos 28 mil.

“Os estudantes cabo-verdianos têm uma grande taxa de sucesso e muitos acabam por ficar, sobretudo porque Cabo Verde não tem como os absorver no mercado de trabalho. Ficam aqui, conseguem o emprego e contribuem para o desenvolvimento do País a partir daqui”, disse.

Segundo Eurico Monteiro, essa realidade não acontece somente com Cabo Verde, já que os portugueses, por exemplo, também vão estudar no Reino Unido, França e até na vizinha Espanha, e acabam por lá ficar, tendo já o governo português a tentar criar incentivos para os trazer de volta.

Por outro lado, o embaixador mostrou-se preocupado, não com o número dos jovens cabo-verdianos que chegam a Portugal com visto de estudante, mas com os que acabam por desistir, muitas vezes porque não pesquisam antes de vir sobre a realidade do país e têm desistido por diferentes razões.

“A primeira pesquisa deve ser sobre a universidade, o curso, as unidades curriculares, porque às vezes queremos fazer um curso, mas as disciplinas não têm nada a ver com o que esperados. Outra pesquisa é sobre o local para onde vamos, neste caso, o país, Portugal”, considerou.

Para ele, é preciso saber como se vive, o clima, o custo de vida e o que fazer quando aqui chegar, algo que se justifica ainda mais agora que o custo de vida está alto, muito por causa do preço da habitação.

“Mas estas pesquisas não têm estado a acontecer e há estudantes que chegam em pleno Inverno com roupas de Verão, porque não têm o conhecimento sobre o clima. Outros só conseguem uma vaga, sem bolsa, decidem vir, dizendo que vão trabalhar, mas quando chegam, concluem que fazer as duas coisas não dá por causa do horário e acabam por desistir de estudar”, frisou.

O embaixador de Cabo Verde afirmou que está ciente de que “não fazem de propósito”, mas é a realidade, sublinhando que a embaixada tem ajudado pontualmente e dentro das suas possibilidades, como aconteceu, por exemplo, durante a pandemia da covid-19.

Eurico Monteiro explicou que pode ser possível ajudar um estudante que já está no último ano do curso e não consegue tirar o diploma, porque não pagou alguns meses de propina, mas que não é possível fazer nada em relação ao aluno que no fim do primeiro ano do curso não tem nenhum mês de propina paga.

“Temos de ser justos, porque em Cabo Verde há estudantes que também precisam de ajuda. Não podemos beneficiar os que estão aqui, mais dos que estão em Cabo Verde, quando o Estado tem de fazer esta gestão, porque os recursos não são muitos”, sustentou.

O embaixador de Cabo Verde em Portugal também está satisfeito, com a publicação da primeira lista 2023/24 de estudantes admitidos no ensino superior neste país, o que na sua opinião, acaba por acelerar todo o processo.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,3 jul 2023 8:59

Editado porAndre Amaral  em  28 mar 2024 23:28

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