Os utentes, que se encontravam à espera de serem atendidos no balcão do Visa Facilitation Services (VFS-Global) no Praia Shopping, na cidade da Praia, dizem-se agastados com a “falta de respeito” da empresa contratada para administrar os serviços da Embaixada de Portugal, e pedem melhoria no sistema de pagamentos de vistos.
Anilda Cabral, que contactou a Inforpress, avançou que ao procurar preencher as etapas do processo para uma pessoa, a fim de conseguir o visto para Portugal, foi surpreendida com um recibo enviado pelo ‘site’ na categoria “reagrupamento familiar” ao invés de “procura de trabalho” como foi seleccionado.
Segundo a mesma, na nova medida “obrigatória” implementada pela empresa responsável, o acto de pagamento deve ser concluído durante o processo de agendamento online, porque, sublinhou, caso não for feito o pedido é considerado “inválido”.
Após dirigir-se ao balcão de atendimento para entregar os documentos e o recibo de pagamento, bem como explicar a situação, Anilda Cabral disse que foi lhe informada que não aceitavam o agendamento na outra categoria e que não devolvem o valor cobrado.
Uma resposta que considerou “injusta” sendo que o ‘site’ apresenta problemas e que deverá tentar um novo agendamento.
Conforme realçou, ao cancelar os planos para se apresentar ao balcão, está sujeita a ser impedida de entregar os documentos no dia marcado, e por isso, pediu a retirada do serviço de pagamento ‘online’ e ser transferida para o presencial como era feito antigamente.
No caso da jovem Érica Gomes, que faz parte do grupo que fez o agendamento no dia 28 de Julho, foi também impedida de fazer o pagamento, tendo-lhe sido informada que o serviço passaria a ser feito ‘online’ e que deveria entregar o documento no dia 11 de Agosto.
Chegando na data, disse que foi novamente bloqueada na justificativa que o agendamento já foi marcado e que o nome consta no sistema.
“Imagina se não conseguimos fazer o agendamento, só daqui a três meses devemos tentar novamente porque o nosso nome já consta no sistema. Queremos que voltem com o sistema apenas para o agendamento e o pagamento é feito no balcão e de forma presencial”, apela.
“Os jovens com vontade de sair e ajudar a família não conseguem devido a esta injúria. Há oito meses que tento fazer o agendamento, e há ainda outras pessoas com três anos de contrato de trabalho e ainda sem reposta”, lamenta.
Cleiton Santos, outro jovem, relatou que a situação tem se tornado “bastante difícil” principalmente para aqueles que queiram continuar os estudos no exterior.
Ele, que concluiu o ensino secundário no ano passado, disse que por decisão própria pretende se candidatar a uma vaga fora do País.
“Estou há cinco meses à procura de uma resposta. Temos, muitas vezes, de ir à procura de pessoas para fazer o agendamento, e às vezes ou é muito caro ou a pessoa não é de confiança “, ressaltou, reiterando que fez o agendamento em Julho e ainda não conseguiu concluir o pagamento.
No momento da chegada da Inforpress, as vias de acesso ao balcão se encontravam fechadas para passagem e as pessoas deveriam expor a preocupação na presença de dois funcionários da empresa.
A Inforpress tentou obter uma reacção junto do responsável, mas segundo as informações dos funcionários, se encontravam indisponível para prestar quaisquer esclarecimentos.
Entretanto, a Embaixada de Portugal em Cabo Verde havia anunciado a entrada em funcionamento de um Adido de Trabalho a quem serão confiadas responsabilidades especiais de acompanhamento das entradas referentes ao pedido de visto de trabalho, com o objectivo de reduzir os constrangimentos derivados do aumento da procura deste serviço.
Para as queixas do funcionamento do site da VFS-Global, o mesmo garantiu que tem permanecido em contacto constante com os prestadores de serviços de triagem para apurar as dificuldades veiculadas essencialmente ao pagamento do agendamento ‘online’.