Equipa multidisciplinar avança com investigação de casos de shigelose na próxima quarta

PorSheilla Ribeiro,3 mar 2023 12:24

A Presidente do Instituto Nacional da Saúde Pública (INSP) afirmou que após investigar casos de shigelose em turistas que estiveram no Sal, entre Agosto e Setembro de 2022, foi constatado que não houve um aumento de casos de diarreias comparado com os anos anteriores. Entretanto, após o relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), o INSP já constituiu uma equipa multidisciplinar para uma investigação mais profunda na ilha do Sal.

Declarações avançadas hoje por Maria da Luz Lima em conferência de imprensa, após notícias dando conta que foram dectetados mais de 250 casos de shigelose desde 2021.

“Nós temos acompanhado esta situação de surto das shigelose na ilha do Sal, é uma situação que teve lugar em Agosto. O primeiro rumor que nós acompanhamos começou em Setembro. Relacionaram esses casos com uma ligação epidemiológica a Cabo Verde porque, segundo o artigo, e também algumas informações que tivemos, essas pessoas tiverem em comum o facto de estarem em Cabo Verde”, comentou.

Desde Agosto, entretanto, foi feita uma primeira investigação e uma segunda em Novembro, quando foi relatado novos casos.

“Constituímos uma segunda equipa do INSP, da Delegacia de Saúde do Sal e estivemos no local a constatar se realmente houve surto ou não. O que foi constatado é que não houve um aumento de casos de diarreias comparando com os anos anteriores. Portanto, não houve nenhuma situação epidemiológica que nos levasse a concluir que houve um surto na ilha do Sal nos meses de Setembro, Outubro e Novembro de 2022”, assegurou.

Com a publicação do relatório, a presidente do INSP avançou que já está constituída uma equipa que irá para o terreno na quarta-feira fazer uma investigação mais aprofundada em termos de identificação das espécies que possam estar na origem do surto.

Na segunda e terça-feira, a equipa constítuida por epidemiologistas, médicos de clínica geral, enfermeiros, ERIS, OMS, através do ponto focal da infecção vai planificar onde e com quem fazer entrevistas, que dados fazer levantamentos.

Confirmando ou não a existência de um surto, Maria da Luz Lima considera que a situação serve para mostrar que o país tem capacidade para fazer uma investigação epidemiológica e que é um país seguro já que qualquer anomalia é identificada.

“Tanto é que as publicações não dizem para as pessoas não virem, mas sim que tomem cuidado. São conselhos que normalmente são dados aos turistas. Não acredito que tenha um impacto negativo a nível do turismo”, observou.

A presidente do INSP não disconsidera a possibilidade de se tratarem de casos importados, o que leva ao reforço de controlo nas fronteiras, mas sobretudo nos hotéis onde estão hospedados.

Refere-se que o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) informou que foram dectetadas 258 casos de shigelose, uma forma de disenteria, em turistas de 12 países que estiveram no Sal, desde Novembro de 2021.

Desde Setembro de 2022, foram registados 37 casos suspeitos com ligação à ilha do Sal, entre 11 países europeus e os Estados Unidos da América.

Também conhecida por disenteria bacteriana, a shigelose é uma forma de intoxicação alimentar com diarreia sanguinolenta, provocada pela bactéria shigella.

O Reino Unido lidera entre casos suspeitos e confirmados (95), segundo o mesmo relatório do ECDC, seguido pelos Países Baixos (47), Suécia (42), França (31) e Bélgica (14). Entre outros países, Portugal regista dois casos de shigelose confirmados desde 2021 e os Estados Unidos da América quatro.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,3 mar 2023 12:24

Editado porSheilla Ribeiro  em  5 mar 2023 17:47

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