De acordo com o relatório (que pode ser consultado aqui) de Fevereiro e consultado hoje pela Lusa, o ECDC confirmou 221 casos desta infecção desde 01 de Novembro de 2021 e regista 37 casos suspeitos desde 01 de Setembro de 2022, com ligação à ilha do Sal, entre 11 países europeus e os Estados Unidos da América.
Também conhecida por disenteria bacteriana, a shigelose é uma forma de intoxicação alimentar com diarreia sanguinolenta, provocada pela bactéria shigella.
No documento, o EDCD “incentiva” as autoridades de saúde dos países europeus a “aumentar” a conscientização dos profissionais de saúde para a “possibilidade de crescimento de infecções por shigelose em pessoas com viagens recentes a Cabo Verde”.
“Além disso, entrevistas destes casos são recomendados para restringir as áreas/locais de alto risco em Cabo Verde”, lê-se ainda no relatório, em que a ECDC refere estar em contacto regular com as autoridades de Cabo Verde “para fortalecer as investigações de possíveis fontes”, enquanto “chave para controlar o surto”.
O Reino Unido lidera entre casos suspeitos e confirmados (95), segundo o mesmo relatório do ECDC, seguido pelos Países Baixos (47), Suécia (42), França (31) e Bélgica (14). Entre outros países, Portugal regista dois casos de shigelose confirmados desde 2021 e os Estados Unidos da América quatro.
O relatório refere que ainda não foram confirmadas formas possíveis de transmissão da infecção neste caso e que são possíveis “múltiplas formas”, sendo “o mais provável a transmissão alimentar”, incluindo a manipulação de alimentos infetados”, embora a “transmissão de pessoa para pessoa” também seja uma possibilidade.
O Governo britânico alertou hoje os cidadãos nacionais para o “aumento” nos últimos meses de casos de shigelose, em turistas que regressaram da ilha do Sal, a mais turística do arquipélago.
Num alerta emitido pelo Gabinete de Estrangeiros e da Commonwealth (FCO), dirigido aos viajantes britânicos, é referido que “desde Agosto de 2022 há um aumento de casos” de shigelose “entre os cidadãos que regressam de Cabo Verde”.
Acrescenta que outros relatórios, de Fevereiro deste ano, “sugerem que a maioria dos casos relatados ocorreu na região de Santa Maria, na ilha do Sal”, aconselhando por isso os cidadãos britânicos a seguir os conselhos de saúde emitidos pelas autoridades de saúde.
Neste aviso aos viajantes britânicos atualizando a situação sanitária de Cabo Verde, o FCO pede igualmente para se “certificarem” que estão a cumprir com “precauções no padrão de alimentação, água e higiene pessoal”, como lavar as mãos e usar apenas água engarrafada para beber ou escovar os dentes.