De acordo com uma pesquisa divulgada esta quarta-feira, a maioria dos cabo-verdianos, residentes em zonas rurais e urbanas, defendem como justa a formalização do crioulo como língua oficial, como uma maior aceitação entre os homens do que as mulheres.
A pesquisa aponta que a proporção dos Cabo-verdianos que defendem a formalização do crioulo tal como o português aumentou em cerca de 13 pontos percentuais em relação a 2005, ano em que a percentagem era de 51%.
A mesma fonte indicou que a defesa do crioulo é mais expressiva entre os inquiridos com maior nível de pobreza (72%) do que entre aqueles sem pobreza vivida (57%). “De realçar ainda que os mais jovens são aqueles que concordam em maior proporção na oficialização da língua crioula ao lado do português, com 71%, contra 60% entre aqueles com 56 e mais anos”.
Conforme a pesquisa, pouco mais da metade (53%) dos cabo-verdianos são de opinião que o Governo tem criado poucas ou nenhumas condições adequadas para promover a elevação do crioulo como língua oficial tal como o português, ao contrário de 36% que defendem que se criou alguma/muita condição.
Além disso, aproximadamente oito em cada 10 cabo-verdianos (78%) “concordam” ou “concordam fortemente” que o crioulo deve ser ensinado como disciplina obrigatória em todas as escolas de Cabo Verde
Os resultados da pesquisa indicam que uma proporção ligeiramente menor (72%) dos cabo-verdianos também manifesta a sua concordância com a afirmação de que o crioulo deve ser usado como meio oficial de instrução em todas as escolas de Cabo Verde.
A presidente da Associação da Língua Materna Cabo-verdiana, Amália Melo Lopes entretanto defende “a urgência para a oficialização da língua Cabo-verdiana, ciente de que terá impactos no desenvolvimento e na auto-estima das pessoas, sobretudo no campo educativo” e critica a discrepância do crioulo quando comparado com a língua portuguesa.