​Cabo Verde com resultados positivos no combate à Covid-19 – Afrosondagem

PorEdisângela Tavares,10 mai 2023 14:39

Os dados da Afrosondagem referentes ao nono round do inquérito sobre a qualidade da democracia e da governação em Cabo Verde, sobre o tema Covid-19, apontaram que 86% dos cabo-verdianos avaliaram positivamente o Governo no combate à pandemia da Covid-19 e a nível dos PALOP o país se destaca com 90% da população com duas doses de vacina.

Na sequência do comunicado da Organização Mundial da Saúde (OMS), que declarou o fim da emergência global da pandemia da Covid-19, a Afosondagem apresentou, hoje, na Cidade da Praia, os dados relactivos a temática Covid-19.

Segundo o director-geral da Afrosondagem, instituição que lidera a equipa da Afrobarometro em Cabo Verde, José Semedo,os dados são para uma reflexão sobre o que falhou no combate a Covid-19, quais os pontos positivos e em que aspectos melhorar para fortalecer o país.

“E o mais importante ainda, acho que é um debate que deve existir tanto a nível nacional, também já começou a ser feito e nos outros países, que são as lições aprendidas. No caso de Cabo Verde, temos sucesso. O primeiro sucesso tem a ver com a vacinação da população, que foi uma campanha de sucesso. Segundo os dados da própria Direcção Nacional de Saúde, cerca de 89% da população recebeu duas doses da vacina. Aqui no nosso inquérito temos que cerca de 90% da população foi vacinada. Portanto, esse é um aspecto positivo”, indicou.

Um outro aspecto positivo apontado na apresentação dos dados tem a ver com a ajuda às famílias que ficaram sem o rendimento em dinheiro ou géneros alimentícios por causa da Covid-19. Os dados apontaram que ao serem questionados se consideram que essas ajudas foram distribuídos de uma forma justa, cerca de 54% dos cabo-verdianos dizem que sim, que foi distribuída de uma forma justa pelo Governo, e cerca de 43%, dizem que não foi distribuído de forma justa.

“Mas aí quando nós analisamos uma das possíveis razões, tem a ver com o facto de a maioria das famílias que foram afectados pelo desemprego com a questão do Covid-19, foram famílias no meio urbano, mas, no entanto, foram as famílias do meio rural que receberam, em maior proporção, a ajuda por parte do Governo, comparativamente às famílias e meio urbano”, esclareceu.

Segundo José Semedo, essas questões de logística e coordenação devem ser revistos, uma vez que em relação ao combate à pandemia da Covi-19, 86% dos cabo-verdianos avaliaram positivamente o Governo.

“Mas, no entanto, cerca de 73% dos cabo-verdianos dizem que o Governo não está preparado para enfrentar novas pandemias. É uma questão séria que remete para uma reflexão de todos, como nos prepararmos para enfrentarmos possíveis e novas pandemias que irão surgir mais à frente com os seus reflexos, seja a nível económico, social ou a nível da educação. A nível dos PALOP, Cabo Verde está claramente a frente, como eu disse inicialmente, 90% da população recebeu duas doses de vacina, é um caso sem paralelo, ao nível do continente africano, nesse aspecto nós estivemos bem melhor, porque também as nossas autoridades cedo se prepararam para enfrentar a pandemia”, ressaltou.

Em relação ao engajamento da população no combate a pandemia, José Semedo sublinha que toda a sociedade cabo-verdiana contribuiu consideravelmente para que o país , comparativamente aos países da CPLP, estivesse melhor posicionado e preparado. Comparativamente aos outros países dos PALOP, Cabo Verde teve uma boa aderência à campanha de vacinação, menos de sete mil pessoas foram afectados pelo Covid-19, e menos de 500 mortes.

“Isso é um aspecto positivo, embora o número de mortes em decorrência a Covid-19 seja um número elevado, tendo em atenção a proporção da população que foi atingida. No primeiro momento nós mostra-nos claramente que não estávamos minimamente preparados para enfrentar esta situação e surgiram casos dessa natureza que foram menos abonatórias para o combate à pandemia da COVID-19. Mas Como eu disse, este é o momento de fazermos uma ampla reflexão conjuntamente para podermos, também, conjuntamente ver quais as lições que foram aprendidas e que caminhos seguir para nos prepararmos para novas pandemias que certamente irão surgir".

Segundo o director-geral da Afrosondagem, vários aspectos devem ser melhorados, José Semedo apontou que os dados remetem para mais investimentos na saúde, melhor preparação da equipa médica sanitária, desde os médicos, passando pelos enfermeiros e por todo o pessoal das estruturas da saúde.

“Mas para isso também há necessidade clara de ter mais meios, não é por acaso também que já é nesse inquérito, metade dos cabo-verdianos, 50%, concordam que o Governo precisa investir mais dos nossos recursos de saúde em preparações especiais para responder às emergências de saúde e iguais ou piores do que a COVID-19”, acrescentou.

Estiveram envolvidos no nono round do inquérito sobre a qualidade da democracia e da governação em Cabo Verde, os consultores da Afrobarómetro, dois consultores, um do Gana e o outro da Suécia. Foram inquiridas a população com mais de 18 anos de idade, tendo cerca de 1200 indivíduos envolvidos.

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Autoria:Edisângela Tavares,10 mai 2023 14:39

Editado porEdisângela Tavares  em  11 mai 2023 11:04

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