“A substituição já era esperada desde meados de Março passado, portanto, antes do episódio das mortes na neonatalogia, quando a própria senhora ministra da Saúde se deslocou a São Vicente e convocou cada um dos membros do Conselho de Administração para uma conversa particular e comunicou o seu propósito de substituir alguns elementos desse conselho”, refere.
“Se o Conselho de Administração estivesse a ser demitido por causa da lamentável morte desses prematuros, não faria sentido que se voltasse a convidar para manter-se na nova equipa nomeada, a superintendente de enfermagem e o outro elemento não executivo do CA”, acrescenta.
O esclarecimento da antiga PCA do HBS é justificado pela ausência de um desmentido da tutela da pasta da Saúde, depois de notícias que associam o empossamento do novo conselho de administração à morte de sete recém-nascidos nesta unidade hospitalar, durante o mês de Maio.
“Até agora, os membros do CA vinham aguardando por um desmentido do Ministério da Saúde ou do governo, na pessoa do primeiro-ministro, o que não aconteceu, e havendo indícios de que esse desmentido não irá surgir, o que pode significar que o governo concorda com essa ideia, decidimos vir a público repor a verdade”, afirma.
Sobre a morte dos recém-nascidos, a antiga responsável do HBS afirma que o inquérito iliba os profissionais, apontando que antes do conhecimento público dos casos, já se tinha iniciado uma investigação interna.
“Convém, ainda, explicar que, em Maio, quando a directora do serviço de neonatologia veio alertar a direcção para as mortes dos neonatos para que medidas de investigação fossem tomadas, várias foram as intervenções tomadas, antes mesmo de os factos chegarem ao conhecimento do público. Deu-se início a uma investigação interna para possíveis medidas correctivas, caso se detectassem erros”, explica.
Ana Brito afirma, ainda, que a anterior administração não falou sobre os casos por indicações superiores, que determinaram que “se aguardasse a conclusão do inquérito que tinha sido iniciado”.