​Ministério da Saúde vai continuar investigações sobre a morte dos recém-nascidos no HBS

PorEdisângela Tavares,14 jun 2023 17:34

O Ministério da Saúde assegurou, hoje, que vai dar seguimento e profundidade no inquérito sobre a morte dos seis recém-nascidos. Uma investigação profunda sobre a origem da causa de óbito dos recém-nascidos, tudo que poderá estar envolvido, os procedimentos técnicos e administrativos adoptados, desde a admissão na estrutura de saúde até à emissão dos atestados de óbito.

Em conferência de imprensa, na Cidade da Praia, o Secretário do Estado da Saúde, Evandro Monteiro, avançou que decidiu-se instaurar um inquérito, na sequência do inquérito interno realizado no Hospital Baptista de Sousa (HBS), sobre a morte dos seis recém-nascidos, para que possa se obter todas as informações pertinentes.

Evandro Monteiro esclarece que são seis recém-nascidos e não sete, como foi divulgado anteriormente, pois uma das mortes não tem ligação com a infecção generalizada, denominada “sepsis neonatal tardia” e que é apontada no relatório do inquérito instaurado no HBS.

“Na sequência do primeiro inquérito, vai-se aprofundar as investigações, por forma a averiguar o funcionamento do serviço médico, de enfermagem, do atendimento no seu todo e, em específico, no prestado às gestantes, anteriormente, às mães e aos seus recém nascidos, posteriormente, bem como apurar as causas de óbito dos recém-nascidos no hospital e de tudo o [que está] envolvido, nomeadamente os procedimentos técnicos e administrativos adoptados desde a admissão destas na referida estrutura hospitalar, até à emissão dos atestados de óbito, como ainda todo o processo de comunicação com os pais e familiares”, avançou.

O Secretário do Estado da Saúde assegurou que o inquérito sobre os óbitos dos recém-nascidos respeitou todos os procedimentos e diligências necessárias para se inteirar dos factos e de tudo o entorno. Pretendeu-se criar a base necessária para um processo investigativo e tomada de decisão, assim como assacar, se assim for o caso, as responsabilidades, “as que forem, de dentro dos critérios técnicos, científicos, éticos, deontológicos de relacionamento, conforme as melhores práticas recomendadas”.

“Ciente destas mesmas respostas, dadas as suas especificidades e sensibilidades técnicas ajustadas à própria realidade do país, aos seus desafios, realça-se que estamos neste momento em melhores condições de podermos, sim, aprofundar progressivamente este processo investigativo, por forma a clarificar ainda mais os factos. Consequentemente faremos a sua devida socialização, para as mães, inicialmente e necessariamente, mas também com a sociedade civil, assumindo onde for o caso as responsabilidades”, disse.

O Ministério da Saúde reiterou ainda o compromisso no reforço e monitorização das boas práticas e procedimentos técnicos, através do Gabinete de Auditoria Interna das estruturas de saúde, que são responsáveis também pelo acompanhamento no apoio e a verificação da fiscalização do cumprimento das normas e requisitos preconizados pelas leis e regulamentos vigentes e propor medidas preventivas e correctivas.

“Como referi anteriormente, reforçámos a competência da equipa na qualidade das informações obtidas, que permitisse, a partir de agora, trabalharmos para podermos fazer todo o necessário para o apuramento técnico dos dados e, a partir daí, com informação técnica e científica. Termino mais uma vez, a reiterar o nosso sentido e profundo pesar, com a perda das mães e familiares e dizer que o Ministério da Saúde está e estará sempre pronta e sempre presente para apoiar”, finalizou.

Esta conferência de imprensa surge em resposta às declarações do Presidente da República , que instou, na terça-feira, a entidade reguladora independente a realizar um inquérito à morte dos bebés.

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Autoria:Edisângela Tavares,14 jun 2023 17:34

Editado porSara Almeida  em  10 mar 2024 23:28

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