Esse interesse foi manifestado esta sexta-feira, pelo Bastonário da Ordem dos Médicos de Cabo Verde, Danielson Veiga, numa conferência de Imprensa.
Segundo Danielson Veiga, a Ordem dos Médicos esteve em contacto com alguns médicos, mas ainda não teve acesso ao relatório já publicado sobre a morte dos recém-nascidos, pelo que já solicitou ao Ministério da Saúde, para uma análise.
“Sabemos que o Ministério da Saúde mandou criar uma comissão de inquérito para fazer uma averiguação da ocorrência, e o nosso interesse se baseou em fazer uma análise daquilo que foi publicado no relatório, e tentar extrair alguma coisa que vai de encontro daquilo que se está a passar neste momento em Cabo Verde”, explicou.
O Bastonário da Ordem dos Médicos também aproveitou a conferência de imprensa para prestar a sua solidariedade às famílias dos recém-nascidos.
Por outro lado disse que verificou que muitas pessoas não concordam com o relatório, porque querem mais esclarecimento. “Penso que é normal no estado democrático as pessoas manifestarem a sua indignação e exigir uma resposta mais satisfatória possível, para poderem consciencializarem em relação à causa que levou ao desfecho desfavorável dessas crianças, no Hospital Baptista de Sousa”.
Por isso afirmou que seria importante que a Ordem dos Médicos fizesse parte da comissão de inquérito que vai continuar a investigar o caso. “Está no nosso estatuto que a Ordem deve fazer parte de qualquer processo investigativo, porque a Ordem é uma entidade reguladora e a sua opinião é fundamental”.
Danielson Veiga afirmou que os médicos se sentem prejudicados pela forma como foi divulgada toda essa informação da morte dos recém-nascidos. “De certa forma deixou muito mal a classe médica, porque qualquer situação que não corra bem no hospital, logo, às vezes, o médico é culpado, o que não acho justo porque o médico cabo-verdiano não trabalha nas condições que os médicos em outros países”.