Governo atribui pensão a familiares de militares mortos em incêndio

PorExpresso das Ilhas, Lusa,20 jun 2023 8:04

O Governo já atribuiu pensões anuais aos herdeiros de seis dos oito militares que morreram em Abril num acidente de viação a caminho do combate a um incêndio em Santiago, conforme despachos consultados hoje pela Lusa.

De acordo com os documentos, publicados em Boletim Oficial, a mãe de um ex-sargento natural de Tarrafal de Santiago vai receber o valor mais elevado da pensão a preço de sangue, de 766.930 escudos anuais, correspondendo a 63.910 escudos por mês.

Logo a seguir surge a mãe e tutora do filho menor de um ex-cabo, natural de Santa Cruz, mas que residia na Praia, que vai receber 383.040 escudos anuais, equivalente a 31.920 escudos mensais.

Os herdeiros hábeis de um ex-segundo cabo e de três soldados vão receber uma pensão anual de 191.520 escudos cada, que dá um valor de 15.960 escudos por mês.

Segundo as Forças Armadas, os processos de dois ex-segundo cabos estão em andamento para esclarecimento dos herdeiros hábeis que vão receber a pensão.

Em 02 de Abril, oito militares morreram num acidente de viação quando seguiam para o combate ao incêndio que deflagrou na Serra da Malagueta e Figueira das Naus.

O camião, que transportava o segundo contingente militar de apoio ao combate ao incêndio, tinha partido de manhã da Praia, com 31 militares, três na cabine e 28 na carroçaria, tendo como destino Figueira das Naus para a Ribeira da Prata.

O número de vítimas mortais subiu para nove, com a morte de um técnico do Parque Natural da Serra da Malagueta.

Na altura, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, garantiu a atribuição das pensões, tal como foi feito no caso de Monte Tchota, um destacamento militar em São Domingos, ilha de Santiago, quando em 2016 um militar matou a tiro outros oito, bem como três civis.

Em Maio, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (CEMFA), António Duarte Monteiro, admitiu que o condutor da viatura terá perdido o controlo do camião e "entrado em pânico".

"Há estes dois factores. O factor humano e o factor contributivo, que tem a ver efectivamente com a falha na mudança, na redução ou aumento da marcha. E não tendo conseguido fazer essa alteração da marcha, [o condutor] entendeu que devia embater o camião na rocha para tentar reduzir a marcha em que seguia", afirmou.

De acordo com o CEMFA, o inquérito concluiu igualmente sobre sete acções a serem adoptadas pelas Forças Armadas para "incrementar a segurança operacional nos meios de transporte terrestres", cuja implementação "se iniciará de imediato".

O incêndio atingiu o Parque Natural da Serra Malagueta, destruindo quase 850 hectares de terreno rural e florestal, segundo o levantamento feito por um investigador da Universidade do Algarve.

Na semana passada, o Presidente da República, José Maria Neves, destacou a "seriedade e profissionalismo" das Forças Armadas na condução do inquérito e espera a adopção de medidas pelo Governo e pelo Estado-Maior para evitar mais mortes.

Para o chefe de Estado, que é comandante supremo das Forças Armadas, mesmo com este caso, a instituição castrense continua a ser uma das "mais credíveis" do país e exortou a corporação a manter o "espírito republicano de rigor, de patriotismo e de generosidade" com que tem servido o país.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,20 jun 2023 8:04

Editado porAndre Amaral  em  15 mar 2024 23:28

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