Fonte da polícia disse que os dois suspeitos, com cerca de 19 anos, são residentes do mesmo bairro da Ponta D’Água, e terão sido os autores de disparos a tiro que atingiram nas costas uma adolescente de 16 anos, estudante do ensino secundário, que estava na rua.
A mesma fonte adiantou que ainda decorrem investigações ao caso e que os dois jovens deverão ser apresentados ao Tribunal da Praia durante a tarde para conhecerem as medidas de coacção.
O caso aconteceu na madrugada de terça-feira, em Ponta D´Água, um dos bairros mais problemáticos por causa da criminalidade na capital do país, que além de homicídios, regista crimes de roubo a pessoas e a residências.
A PN apreendeu ainda durante uma operação a presumível arma do crime, cujas características não foram divulgadas.
Este é mais um assassinato na cidade da Praia, que aconteceu pouco mais de um mês de as políticas para o reforço da segurança pública no país terem estado em debate no parlamento.
Na altura, o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, garantiu que o Governo está “focado” no reforço da segurança e no combate à criminalidade no país e apontou várias medidas para o efeito.
Paulo Rocha avançou ainda que a polícia realizou mais de 192 mil intervenções no ano passado, entre apreensões, detenções, patrulha, visitas a escolas e estabelecimentos comerciais e palestras, e que houve uma redução de ocorrências em cinco ilhas no primeiro semestre.
Já o PAICV, que fez a interpelação, criticou a ausência de políticas públicas para a segurança e considerou que o Governo perdeu o controlo do combate à criminalidade.
A interpelação ao Governo sobre a criminalidade aconteceu duas semanas após o deputado do grupo parlamentar do MpD Manuel Moura ter sido baleado na sequência de um assalto em frente à sua residência, no bairro de Terra Branca, também na Praia.
Também aconteceu na sequência da criminalidade e sentimento de insegurança que tem afectado o país nas últimas semanas, sobretudo na Praia e no Mindelo, além de assaltos constantes a estabelecimentos comerciais, levando a polícia a realizar várias operações especiais de prevenção criminal.
De acordo com o relatório sobre a situação da Justiça elaborado pelo Ministério Público, no ano judicial 2020/2021 foram registados 259 processos por crimes de homicídios, menos 26 do que no ano judicial anterior, em que haviam sido 285, o que corresponde a uma diminuição de 9,1%.
Do total de processos por crimes de homicídios, 172 foram tentados, 41 negligentes, 35 simples e 11 agravados.