A directora do Hospital Regional São Francisco de Assis (HRSFA), Liziana Barros, disse hoje que até terça-feira havia o registo de 11 casos, mas que nas últimas 24 horas surgiram mais nove casos suspeitos de dengue, acrescentando que duas pessoas estão internadas nos serviços de medicina (adulto) e pediatria (criança) por questões clínicas, mas também por isolamento.
Liziana Barros referiu que os casos notificados apresentam os sintomas clássicos de dengue como febre, dor de cabeça, dores nos olhos, no corpo, nos músculos e junta,s assim como alteração nos exames laboratoriais, acrescentando que as duas pessoas hospitalizadas estão estáveis.
Os casos notificados são provenientes dos bairros da parte alta da cidade de São Filipe, como Cobom, Santa Filomena, Congresso e Terra Branca e que a equipa da Delegacia de Saúde está no terreno a fazer intervenção a nível de domicílio com transmissão de informações dos cuidados a ter e em caso de detectar foco de mosquitos Aedes Egypti será pulverizado não só o espaço como as demais moradias num raio de 500 metros.
Com relação aos resultados, a directora do HRSFA disse que demora algum tempo até os obter uma que as amostras são enviadas para laboratório de virologia do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) ou Pasteur (Dakar). Uma vez que as análises dependem da logística não pode indicar uma data o resultado das mesmas, justifica.
“A prática indica que temos casos a circular, mas aguardamos a confirmação laboratorial”, disse Liziana Barros, observando que o caso registado a 03 de Novembro foi submetido dez dias depois, no dia 13, a um teste rápido de anticorpos que o hospital tem disponível neste momento porque, sublinhou, não dispõe de testes antígeno para detectar a presença de vírus, e demonstrou que a pessoa teve contacto com dengue e está na fase de recuperação.
Quanto ao plano para travar a proliferação de dengue, a directora do São Francisco de Assis referiu que o hospital actua mais na parte curativa, mas está a trabalhar em sintonia com a delegacia na prevenção primária e que todos os casos notificados são comunicados, em menos de 24 horas, às delegacias, neste caso à Delegacia de Saúde de São Filipe.
A delegacia, segundo a mesma, tem um conjunto de actividades no terreno e inclusive já realizou uma reunião com o Comité Municipal de Saúde que integra várias outras instituições e entidades para ter acções concertadas no terreno.
Esta lembrou que a dengue é transmitida pelo mosquito Aedes Egypti que está presente em São Filipe e para ter controlo da doença é necessário eliminar ou baixar a densidade de mosquito, que, segundo a mesma, procria nos domicílios porque é um mosquito que gosta de sombra e água limpa.
Para eliminar o mosquito, as pessoas devem manter os reservatórios de água tapados e trocar regularmente a água e lavar os reservatórios, mas também ter cuidado e fazer a troca regular das águas colocadas nas plantas, assim como adoptar outras atitudes como colocar rede nas janelas, usar mosquiteiros, repelentes e outras medidas que possam eliminar os mosquitos, ajudando assim as instituições sanitárias no combate da doença.
Liziana Barros disse que o hospital dispõe de um bom número de camas apesar de ainda a situação estar controlada, sublinhando que o hospital ministrou uma acção de formação para relembrar aos médicos que não vivenciaram a dengue e que apenas estudaram nas universidades, para recordar o quadro clínico e as medidas que podem ser adoptadas.