“Aqui na Praia, temos 24 casos suspeitos e 12 casos confirmados de dengue”, referiu Ulardina Furtado, que fez um apelo à população para eliminar focos de propagação de mosquitos, que são o vector de transmissão da doença.
“Há um consenso de que é preciso fazer sensibilização em termos de limpeza e higiene para uma diminuição do risco de criação de mosquitos”, nomeadamente, eliminação de águas paradas e remoção de lixo da via pública.
O encontro de hoje juntou a Comissão Municipal de Saúde e a Delegacia de Saúde da Praia, que vão avaliar o decorrer das campanhas e o evoluir da situação.
“Se for necessário e se as normas assim permitirem”, as duas entidades ponderam fazer uma proposta às autoridades no sentido de “parar a cidade por um dia” para mobilizar a população para a limpeza, referiu Fernando Jorge Pinto, vereador com o pelouro da saúde no município da capital. Ulardina Furtado referiu que a data a propor poderá ser 01 de Dezembro.
“O mosquito da dengue pode voar para longe e infectar oito pessoas ao mesmo tempo”, ilustrou, alertando que, no limite, “a dengue hemorrágica pode levar à morte”.
“Não é caso para alarmar [a população], mas se trabalharmos na prevenção, teremos melhores resultados”, concluiu.
A ministra da Saúde de Cabo Verde tinha anunciado na segunda-feira que havia sete casos confirmados e 58 suspeitos em todo o arquipélago – incluindo a capital.
Na mesma ocasião, Filomena Gonçalves apelou à mobilização, depois de um surto em 2009, que provocou mais de 21.000 casos.
Segundo a governante, as autoridades de saúde cabo-verdiana estão a trabalhar em "estreita colaboração" com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e com o Instituto Pasteur, em Dacar, Senegal.
Noutra ocasião, em 2015, foram detectados cerca de 7.000 casos de zika no arquipélago, outra doença também transmitida pelo mesmo tipo de mosquito.