O anúncio foi feito hoje pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (CEMFA), António Monteiro, durante uma conferência de imprensa para divulgar o resultado do inquérito realizado pela instituição castrense para apurar as causas da morte do recruta Davidson da Silva Barros, falecido a 13 de Outubro último após a realização de um exercício de campo, na etapa final de uma marcha administrativa.
Entretanto, lembrou que Davidson Barros cumpria os requisitos estabelecidos para ser incorporado de acordo com a tabela de lesões, para o uso das juntas de inspeção sanitárias em vigor nas Forças Armadas, de acordo com o revisto constante do relatório de autópsia médico-legal.
Segundo avançou o contra-almirante, a mochila transportada pelo recruta Davidson da Silva Barros no final da marcha, pesava cerca de 3,5 quilogramas e continha uma manta, uma marmita, uma colher, umas toalhitas, material higiénico e algumas bolachas.
Explicou que a dado momento foi ordenado ao recruta Davidson Barros que carregasse mais uma mochila, sendo umas às costas e outra ao peito por um período de aproximadamente três minutos.
De acordo com o inquérito, as conclusões do processo de inquérito e da análise feitas a todas as peças que o compõem, verificou que a preparação militar geral até à data do falecimento do recruta Davidson Barros decorreu normalmente e em conformidade com as normas constantes dos regulamentos militares e, em particular, do referencial de preparação militar geral para praças.
Na ocasião, recordou que o relatório de autópsia médico-legal apontou que a causa direta da morte do recruta David da Silva Barros foi edema agudo pulmonar, causas e intermédias falha no ventrículo esquerdo e miocardiopatia dilatada, tendo como causa básica a obesidade.
“Nesses termos, não foram estabelecidos qualquer nexo de causalidade entre a morte do recruta Davidson Barros e a ocorrência de abusos, excessos e ou maus tratos durante a preparação militar”, apontou.
Perante essa situação, adiantou que as Forças Armadas estão a trabalhar para reforçar os critérios da realização das provas de classificação e seleção da inspecção militar, incrementar a segurança da instrução militar e a capacidade de respostas em situações de emergência médica é crucial que sejam implementadas.
“A aprovação e a implementação de uma nova tabela de perfis psicofísicos e de inaptidão, cuja proposta já se encontra na posse do Ministério da Defesa Nacional para apreciação e subsequentes efeitos, conforme dimana do Regulamento da Lei do Serviço Militar”, indicou.
Por outro lado, sublinhou que se está a trabalhar na revisão do Sistema de Instrução Militar e o Regulamento do Sistema de Instrução Militar, modernização e dotação da direção dos serviços de saúde, das Forças Armadas e das enfermarias, dos comandos territoriais, e na dotação da enfermaria do Centro de Instrução Militar do Morro Branco.
Acrescentou que o Centro de Instrução Militar do Morro Branco, em São Vicente, será também dotado de um aparelho desfibrilhador, bem como de uma ambulância “devidamente apetrechada” para fazer face às demandas de um centro de instrução.
Conforme consta do relatório de autópsia médico-legal, realizada pela Delegacia de Saúde de São Vicente, na cidade do Mindelo, com data de 23 de Outubro, a causa principal da morte é edema agudo pulmonar, ou seja acúmulo de líquidos no pulmão, tendo como causa intermédia funcional falha ventricular esquerda e miocardiopatia dilatada e ainda como causa básica obesidade.
O recruta Davidson Barros era natural da localidade de Queimada, ilha do Fogo, e sentiu-se maldisposto na etapa final de uma marcha administrativa, tendo de imediato recebido os primeiros socorros do médico militar e do socorrista, que acompanhavam a referida marcha.