Em declarações à Inforpress, a propósito das celebrações do 20 de Janeiro, Dia dos Heróis Nacionais, o presidente da Fundação Amílcar Cabral realçou que Cabral foi das personalidades africanas que “ultrapassaram o seu tempo”.
“O grande triunfo de Amílcar Cabral é que se libertou da lei da morte como o grande poeta português Luís de Camões disse. É uma personalidade de excepção quer dentro do nosso país, em África, e no mundo. Eu tenho receio de exagerar, mas, basta ver como ele é visto e apreciado internacionalmente”, salientou.
Neste sentido, defendeu que se deve olhar para Amílcar Cabral “inteiro”, e não apenas após o seu desaparecimento, avaliando todo o seu percurso e prestígio.
“Amílcar Cabral de 1973 não é o mesmo de 2023 ou 2024 porque antes era pessoa, agora é a memória, a lembrança e é o mito. As pessoas que conviveram com Amílcar Cabral têm uma percepção e as pessoas que não conviveram com ele têm outra percepção da personalidade”, disse.
Com base no seu relacionamento com Cabral, o ex-combatente da Liberdade da Pátria definiu-o como uma “pessoa excepcional” que não nasce todos os dias, isto, lembrando do seu desempenho enquanto líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), mas como também líder da luta de libertação nacional.
Pelo que, defendeu, é importante que as pessoas se apropriem de Amílcar Cabral fazendo dele um companheiro de viagem, através daquilo que foi o seu pensamento, no quadro das actividades histórico-culturais que acontecem no país.
Ou seja, indicou, participando através de coisas grandes, mas também que participem através de coisas pequenas, por exemplo, como um poema, uma música, uma canção qualquer, uma pequena reunião numa escola, no liceu, e até mesmo nos mercados.
Pedro Pires explicou que o 20 de Janeiro este ano vai ser comemorado dentro da programação do centenário de Cabral, num ano em que este herói nacional completaria 100 anos se estivesse vivo, e cujas actividades estão previstas para acontecer no país e no exterior.
Celebra-se hoje o 20 de Janeiro, Dia dos Heróis Nacionais, data que homenageia antigos combatentes da pátria e relembra a morte de Amílcar Cabral, considerado um dos líderes africanos mais carismáticos, influentes e figura de destaque no continente africano.
A 20 de Janeiro de 1973, o fundador do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Amílcar Cabral, foi assassinado na Guiné-Conacri, a oito meses da declaração de forma unilateral da independência da Guiné-Bissau.