Segundo o documento, os presidentes da República de Angola, João Manuel Lourenço, e da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, deverão juntar-se a José Maria Neves, para juntos renderem “uma justa homenagem a todos aqueles que doaram a sua vida à causa maior da Liberdade e Dignidade dos nossos Povos”.
“Trata-se de um marco histórico de enorme significado e que se impõe assinalar condignamente para recordar a célebre jornada de 1 de Maio de 1974 e honrar o sacrifício dos que foram prisioneiros políticos no Tarrafal”, lê-se no documento.
Situado na localidade de Chão Bom, o antigo Campo de Concentração do Tarrafal foi construído no ano de 1936 e recebeu os primeiros 152 presos políticos em 29 de Outubro do mesmo ano, tendo funcionado até 1956. Em 1962, foi reaberto com o nome de “Campo de Trabalho de Chão Bom”, destinado a encarcerar os anticolonialistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde.
O Tarrafal recebeu mais de 500 pessoas, entre 340 antifascistas e 230 anticolonialistas. Destes, 34 morreram no local.
Após a sua desactivação, o complexo funcionou como centro de instrução militar, escola e, desde 2000, alberga o Museu da Resistência. Foi classificado pelo Governo de Cabo Verde como Património Cultural Nacional em 2016 e integra, actualmente, a lista indicativa de Cabo Verde na UNESCO.