IFC recomenda mudanças no turismo, pescas e na economia digital

PorAndré Amaral,10 mar 2024 14:19

A IFC apresentou esta segunda-feira o Diagnóstico sobre o Sector Privado em Cabo Verde. No documento a instituição aponta para caminhos e traça recomendações que o país deve seguir para um sector privado mais diversificado.

Turismo, Economia Azul e Economia Digital são três dos campos que a International Finance Corporation (IFC) destacou no relatório que apresentou esta segunda-feira na Praia.

Segundo o documento, a análise de nichos novos e de alto potencial “indica um potencial significativo de crescimento nos três novos segmentos de mercado identificados”, especialmente, refere o documento, se estes forem combinados com “melhorias nas práticas de sustentabilidade e economia circular nas ofertas existentes”.

Iatismo

O relatório acrescenta que para a IFC, ao fazer a análise das oportunidades de investimento privado e o potencial de crescimento, ficou “claro que o sector do iatismo se destaca como o mais promissor. Por conseguinte, o relatório recomenda dar prioridade aos investimentos no sector do iatismo, incluindo os seus nichos identificados, e também a orientação de recursos para iniciativas seleccionadas de economia circular”.

Cabo Verde “tem todos os elementos essenciais para se tornar um destino turístico de iatismo de primeira linha”, acrescenta a IFC, que refere que as vantagens geográficas distintas do país, “o compromisso com o desenvolvimento e as ofertas atraentes das ilhas” tornam Cabo Verde numa escolha interessante para os entusiastas deste tipo de Turismo.

“Investimentos estratégicos, práticas sustentáveis e medidas proativas podem permitir a Cabo Verde concretizar plenamente o seu potencial e solidificar a sua posição como centro de turismo de iates muito procurado na região do Atlântico”, lê-se no documento.

No documento divulgado esta segunda-feira, é recomendado que os esforços para aumentar a sustentabilidade da oferta existente se centrem na aplicação das disposições existentes e na prestação de assistência financeira e técnica a nível empresarial “para a adopção e certificação de práticas de sustentabilidade”.

A IFC defende que os investimentos em infra-estruturas e serviços a nível das ilhas “para a gestão de resíduos sólidos, juntamente com a sua governação partilhada, serão críticos nas ilhas com maior turismo e produção de resíduos” sendo, por isso, necessário permitir “a disponibilidade local de alternativas de alta qualidade aos plásticos descartáveis” por forma a reduzir este tipo de resíduos de forma eficiente.

Turismo criativo

Outra vertente que o relatório da IFC aborda é a do turismo criativo e cultural que “exige ênfase inicial no planeamento estratégico”.

“Este planeamento deve basear-se numa coordenação reforçada entre os sectores do turismo e da cultura e incentivar o diálogo público-privado. As acções de curto prazo devem dar prioridade ao aumento da disponibilidade de dados, incluindo a intensificação das iniciativas de formalização em curso no sector cultural, para aumentar a consciência do seu potencial para o turismo e a criação de valor” aponta o documento consultado pelo Expresso das Ilhas. Além disso, “estes esforços de planeamento podem servir de base ao financiamento e à capacitação para o desenvolvimento de produtos do turismo criativo e cultural”.

Economia Azul

Já no que respeita à Economia Azul, a IFC aponta que as opções de políticas propostas “destinam-se a criar um ambiente mais favorável ao crescimento sustentável” neste sector, proporcionando a “potenciais investidores um quadro claro e transparente em matéria de regulamentação e incentivos”, assim como “informações sobre a sustentabilidade a longo prazo do capital natural marinho e dos ecossistemas de que estes sectores dependem”.

O objectivo, aponta a IFC, passa por incutir maior confiança na disponibilidade sustentada e na saúde dos recursos pesqueiros aumentando “o potencial de geração de maior valor na pesca de captura, reduzindo ao mesmo tempo os riscos para os empresários da aquacultura”.

As opções de política, refere ainda o documento da IFC, “estão divididas nos seus calendários de implementação: prioridades de curto e médio prazo. As prioridades a curto prazo representam reformas mais urgentes e fundamentais que devem ser estabelecidas como prioritárias nos próximos dois a três anos. Em contrapartida, as prioridades de médio prazo são estratégias que podem ser implementadas nos próximos cinco anos”.

Digital

Também a Economia Digital é alvo da atenção da IFC neste relatório sobre o sector privado em Cabo Verde.

No documento a IFC defende que para que a economia de Cabo Verde passe por “transformações e disrupções tecnológicas”, é essencial que se estabeleçam “estratégias com visão de futuro e uma vontade de adaptar as instituições e políticas públicas”. Neste campo inclui-se “a criação de novas oportunidades no sector privado”, assim como “progresso contínuo na construção dos alicerces da economia digital”, que passa pelo investimento em infra-estruturas e ferramentas “para expandir o acesso, melhorar o desempenho da rede, reduzir custos e promover a literacia digital”. 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1162 de 6 de Março de 2024.

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Autoria:André Amaral,10 mar 2024 14:19

Editado porSheilla Ribeiro  em  11 mar 2024 11:46

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