Cabo Verde registou 58 casos de violência digital denunciados desde 2021

PorSheilla Ribeiro,26 mar 2024 11:05

A presidente do Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) revelou hoje que, desde 2021 até o momento, foram denunciados 31 casos de atentados à intimidade da vida privada, 8 casos de chantagem, 3 de gravações, fotografias e filmes ilícitos, e 16 de pornografia de vingança, totalizando 58 casos de violência digital.

Marisa Carvalho, que discursava durante a “Proteção de Dados Pessoais e Violência Digital de Género”, sublinhou que essa forma de violência afecta particularmente as mulheres e está a ocorrer cada vez mais cedo, com um número crescente de casos entre os jovens.

“De 2021 a esta parte, através da Polícia Judiciária, foram denunciados 31 casos de atentados à intimidade da vida privada, 8 casos de chantagem, 3 de gravações, fotografias e filmes ilícitos e 16 de pornografia de vingança. Um total de 58 casos de violência digital que atinge particularmente as mulheres e cada vez mais cedo”.

“As diversas solicitações que o ICEG tem tido por parte das escolas secundárias e básicas do país mostram-nos uma realidade cada vez mais presente junto dos jovens, que os afecta de forma específica e que se esconde, muitas vezes, atrás de um covarde anonimato virtual”, discursou.

A presidente do ICIEG lamentou as consequências reais desses crimes virtuais, como auto mutilações, depressões severas em jovens de 12 a 13 anos e casos de tentativa e consumação de suicídio.

Tais consequências foram observadas em diversas ilhas, dentro de escolas nacionais e em turmas frequentadas por crianças e adolescentes.

Para lidar com essa urgência, o ICIEG estabeleceu uma parceria com a Comissão Nacional de Protecção de Dados em 2023 e tem realizado actividades conjuntas em escolas secundárias para consciencializar sobre o fenómeno do ‘cyberbullying’.

Carvalho ressaltou a falsa sensação de impunidade gerada pela facilidade do anonimato e a falta de consequências visíveis no mundo digital, o que tem levado a um aumento dos crimes virtuais.

Conforme frisou, a falta de denúncias é um dos principais desafios enfrentados.

Este ano, prosseguiu, sendo um ano eleitoral, espera-se um aumento nos ataques virtuais contra as mulheres, especialmente aquelas que desejam exercer cargos públicos.

“Este ano, ano eleitoral, já sabemos que irão aumentar os ataques virtuais contra homens, mas especificamente contra as mulheres, em particular aquelas que desejarem exercer um cargo público. Será um ano onde serão colocadas à prova, questionadas e avaliadas por tudo, menos o seu potencial político e o seu contributo à sociedade. Mas será também um ano onde serão atacadas, humilhadas, agredidas, muitas vezes por outras mulheres, sobre a capa da invisibilidade do mundo virtual”, referiu.

A presidente do ICIEG concluiu apelando para a necessidade de combater essa prática não apenas com acções de sensibilização, mas também mediante denúncias, destacando que o silêncio não pode ser aliado da violência.

Também reforçou que a partilha de notícias falsas, imagens e vídeos sem autorização são crimes puníveis por lei, e instou a todos a adoptarem uma postura de tolerância zero contra todas as formas de violência.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,26 mar 2024 11:05

Editado porAndre Amaral  em  27 mar 2024 9:23

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