“Respeitamos e valorizamos o relatório dos RSF, mas temos consciência da real situação do exercício do jornalismo em Cabo Verde”-Governo

PorSheilla Ribeiro,3 mai 2024 14:10

O Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, Lourenço Lopes, reconheceu os desafios apontados pelo relatório do Repórteres Sem Fronteiras (RSF), mas ressaltou estar plenamente consciente da realidade enfrentada pelos profissionais da comunicação social.

Declarações feitas hoje durante uma conferência de imprensa para reagir ao Índice Mundial da Liberdade de Imprensa, publicado hoje pela organização não governamental RSF.

Lourenço Lopes enfatizou o respeito do Governo pelos ‘rankings’ das instituições internacionais, mesmo quando as classificações não são favoráveis.

"Respeitamos e valorizamos o relatório da RSF, mas temos consciência da real situação do exercício do jornalismo em Cabo Verde. Aliás, muito recentemente, a Freedom House classificou Cabo Verde como o país mais livre de África. Portanto, se nessa altura aceitamos com agrado essa classificação, temos também que aceitar e pensar também, porque estes momentos são momentos de reflexão", afirmou.

O governante reconheceu os desafios apontados pelo relatório, especialmente a necessidade de trabalhar para uma maior sustentabilidade dos órgãos privados de comunicação social e criar um ambiente propício para o exercício do jornalismo de qualidade em Cabo Verde.

Quanto à cultura de sigilo apontado pelo RFI que afirma que o Estado não hesita em restringir o acesso a informações de interesse público, Lourenço Lopes assegurou que se for algo realmente sentido pelos profissionais da comunicação, o Governo vai analisar a questão.

“Se é efetivamente algo que é processado, sentido pelos profissionais da comunicação, então essa questão deve ser efetivamente analisada e é isto que seguramente iremos fazer. Com toda a abertura, com toda a humildade, como eu disse, o setor da comunicação social é um setor nevrálgico do sistema democrático. Eu costumo colocar o setor da comunicação social como um setor de soberania e deve ser tratado como tal”, garantiu.

Entretanto, fez referência a algumas iniciativas do Governo para o fortalecimento da profissão jornalística.

O Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro também reconheceu que há questões a serem abordadas, como a autocensura e a necessidade de maior autonomia financeira e formação para os jornalistas, para garantir um ambiente ainda mais favorável para a liberdade de expressão e a qualidade jornalística.

“Quanto maior competências o jornalista tiver, menor é o contexto da autocensura e a questão também da autonomia financeira dos jornalistas são factores importantes no combate à própria autocensura. Mas creio que o quadro geral que nós temos é um quadro favorável e os jornalistas estão incentivados a prosseguir um caminho da liberdade e de expressão de opinião relativamente a qualquer tema da governação ou da sociedade”, disse.

Lopes concluiu a suas declarações reafirmando o compromisso do governo com a liberdade de imprensa e a importância de um sector de comunicação social robusto para o fortalecimento da democracia em Cabo Verde.

Também ressaltou que a construção de um ambiente favorável para o jornalismo de qualidade é uma responsabilidade partilhada por todos os sectores da sociedade.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,3 mai 2024 14:10

Editado porAndre Amaral  em  4 mai 2024 8:22

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