O comunicado da PN surge como resposta a uma notícia publicada no dia 19 de Maio, que veiculou o conteúdo de uma carta aberta redigida por um jornalista egípcio, denunciando racismo em Cabo Verde.
Conforme o esclarecimento da instituição, a 18 de Maio, a Unidade de Fronteira do Aeroporto Nelson Mandela, na cidade da Praia, recusou a entrada de dois cidadãos do Iémen por não apresentarem justificativas válidas para a viagem, nem meios de subsistência ou local certo de estadia.
Inicialmente, lê-se, os cidadãos declararam no pré-registo ‘online’ que vinham para férias, mas na chegada, informaram que estavam a trabalho, a convite de um jornal marroquino.
Além disso, a PN afirma que não conseguiram comprovar ser jornalistas, apresentando documentos que indicavam serem um motorista e um trabalhador comum.
Segundo refere a mesma fonte, um dos indivíduos já havia tentado entrar em Cabo Verde em Fevereiro, sendo recusado pelas mesmas razões.
Já o denunciante, de nacionalidade egípcia, entrou no país em Janeiro como jornalista, com a intenção de tirar fotos para um documentário, mas permaneceu em situação irregular.
“Estando em situação irregular em território nacional, não poderia em momento algum emitir convites a terceiros, para virem a Cabo Verde tanto mais para virem trabalhar para um suposto jornal que sequer tem registo no país. A vinda de estrangeiros a Cabo Verde, a convite de outros estrangeiros, está perfeitamente regulada, encontrando a documentação necessária disponível nas plataformas on line da DEF”, escreveu a PN.
Ainda no comunicado, a PN ressalta que o Iémen é considerado um país de elevado risco, devido à instabilidade política e social, e está sujeito a sanções das Nações Unidas.
“Relativamente às acusações de racismo, que se repudia em absoluto, cumpre reiterar que Cabo Verde é um país plural, inclusivo, que acolhe todos os que escolhem viver ou visitar o país. A confirmá-lo, o número crescente de turistas que nos últimos anos visita o nosso país, bem como o número igualmente crescente de autorizações de residência concedidas às mais diferentes nacionalidades”, pontua.
De referir que na carta aberta o denunciante se apresenta como jornalista e editor-chefe do jornal marroquino 7DAY MEDIA, Membro da Associação de Imprensa Britânica, e secretário-geral da Organização Árabe para Disputas Internacionais e Resolução de Conflitos. Conforme refere, esse problema impede os árabes de virem a Cabo verde em busca de turismo ou viagem de negócios, para abrirem projectos e investir.