Trabalhadores afectos à área de saneamento da Câmara Municipal da Praia iniciaram hoje uma greve de dois dias. Para alem do não cumprimento das revindicações, a SIACSA acusa a autarquia de “desconto ilegal no salário dos trabalhadores”.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil e Serviços (SIACSA), Gilberto Lima, a greve deve-se ao não cumprimento das reivindicações da classe.
“Trata-se de uma greve forçada por parte da Câmara Municipal, cujos conteúdos reivindicativos arrastam há muito tempo, nomeadamente faltas de materiais de protecção e de trabalho, faltas de viatura para recolha de lixo, não progressão na carreira profissional, desde 2013 a 2024, não observância do plano de cargos, funções e remunerações, não pagamento da actualização salarial de 2024 (...) e numa reunião que nós fizemos na Direcção-Geral de Trabalho, disseram que estão a fazer, vamos fazer e vamos observar. Isto está a ser feito, etc, etc. Portanto, não passa dessa situação e não conseguiram sequer resolver um único problema do caderno reivindicativo”, afirma o sindicalista.
O SIACSA acusa a Câmara Municipal da Praia de fazer descontos ilegais no salário dos trabalhadores, alegadamente desde o início do mandato.
“Também deparamos com uma situação bastante grave, isto de descontos ilegais nos salários dos trabalhadores. Há muitos anos estavam a fazer isto. Creio que desde o início do mandato, andam a proceder a descontos ilegais nos salários dos funcionários, nomeadamente, o pessoal de Saneamento. Quero dizer, no recibo aparece 8% para a previdência social, mas na verdade, este desconto, em vez de 1.700 e tal para a previdência social, aparece 2.700 e tal, portanto, neste momento, estão em dívida para com os trabalhadores e vamos exigir as responsabilidades para o pagamento dos descontos feitos ilegalmente no salário desses profissionais (...) Vamos enviar essa denúncia ao Tribunal. Temos provas, nós temos recibos que comprovam isso”, frisa.
O líder sindical afirma que houve uma tentativa de intimidar os profissionais, para não participarem da greve
“Entendi que era uma pouca vergonha da parte da Câmara em não aceitar as reivindicações dos seus profissionais, tentando intimidá-los à não participação nessa greve, utilizando pessoas fora da Câmara Municipal para trabalharem hoje e amanhã, durante esses dois dias de greve, o que para nós também é um contrassenso e constitui um crime”, explica.
A greve que iniciou hoje tem a duração de dois dias e visa exigir o cumprimento das reivindicações dos trabalhadores afectos aos serviços de saneamento da autarquia praiense.