Ao longo da missão em Cabo Verde, com duração de três dias, serão desenvolvidas diversas acções no âmbito da cooperação entre os dois países, com foco na patrulha da ZEE, tendo como principal objectivo a fiscalização das actividades de pesca.
O capitão-de-fragata, Ricardo José Sá Granja, realça a importância deste tipo de iniciativas no reforço das capacidades de segurança e defesa do país.
“Portanto, vamos embarcar aqui uma equipa multidisciplinar de autoridades cabo-verdianas, elementos da Guarda Costeira, da Polícia Marítima, da Polícia Judiciária e da Inspecção Geral das Pescas e os militares portugueses embarcados irão colaborar, projectar esta equipa para exercer a sua acção de soberania no âmbito das suas competências, que neste caso serão acções de fiscalização a navios que se encontrem nas águas de Cabo Verde”, afirma.
O NRP Viana do Castelo conta com uma guarnição de 57 militares, incluindo uma equipa de segurança dos fuzileiros, uma equipa de mergulhadores e uma equipa para operação de sistemas aéreos não tripulados.
Ricardo José Sá Granja sublinha os esforços que permitem consolidar o contributo de Portugal no desenvolvimento de uma cultura e capacidades de segurança marítima.
“Portugal, como país marítimo, um país da CPLP, releva a importância deste tipo de acções. Nós conseguimos, ao abrigo de um acordo bilateral ou de um tratado com a República de Cabo Verde, projectar uma equipa multidisciplinar das autoridades cabo-verdianas, projectá-la para os espaços de soberania e jurisdição nacional, portanto, até às 200 milhas de costa, toda a ZEE, e colaborar com as autoridades cabo-verdianas na fiscalização dos seus espaços marítimos. Esta colaboração é uma referência, portanto, é uma coisa única. Termos a capacidade de ajudar as autoridades cabo-verdianas a projectar a sua acção de soberania no Estado até ao limite da sua área de soberania é um factor muito relevante e muito importante para o Estado Português” assegura.
Em Cabo Verde, além do Porto do Mindelo, a embarcação faz também uma paragem no Porto da Praia, entre os dias 30 e 31 de Agosto.
A “Iniciativa Mar Aberto 2024” começou a 21 de Agosto, na Base Naval de Lisboa, para uma missão que terá a duração de cerca de quatro meses, estando prevista a visita a dez países, onde se incluem todos os países africanos de língua oficial portuguesa, num percurso de cerca de 19 mil milhas náuticas.
O navio irá participar também nas “Presenças Marítimas Coordenadas da União Europeia” e na realização de acções conjuntas de fiscalização marítima e no exercício “Grand African NEMO (GANO) 2024” que contribuirá para o desenvolvimento da segurança marítima no Golfo da Guiné e para o reforço das capacidades de segurança e defesa dos Estados da região.