Carla Barbosa falava à imprensa no âmbito da Marcha Outubro Rosa e Novembro Azul realizada hoje pela Associação Cabo-verdiana de Luta contra o Cancro (ACLCC) em parceria com o Comité Olímpico Cabo-verdiano.
Na ocasião considerou que o país tem dado muitas prioridades a nível do diagnóstico e do tratamento do cancro como forma de poder organizar muito bem a resposta no sentido de depois poder massificar o rastreio.
“Cabo Verde deu grande importância em conhecer os seus dados, neste sentido, em 2022 implementou o registo oncológico do cancro, registo este que já nos dá os dados que nós precisamos perceber em relação às incidências e a prevalência dos cancros mais frequentes”, revelou, afirmando que isto permite traçar estratégias mais direccionadas no combate ao cancro.
Reconheceu que hoje em dia em Cabo Verde existem melhores condições de diagnóstico da maior parte dos cancros mais frequentes, casos do cancro da mama, próstata, do colo uterino, e do estômago.
Com muitos desafios ainda, por tratar-se de um país arquipelágico, afirmou que o acesso a esses diagnósticos e tratamentos ainda estão muito localizados a nível central do Hospital Universitário Agostinho Neto, na Praia.
“E neste sentido, também há a proposta da criação do Polo de Oncologia Baptista de Sousa (em São Vicente) para aumentar, então, o acesso às pessoas também do norte do país”, lembrou.
Entretanto, Carla Barbosa apelou no sentido de as pessoas sensibilizarem e terem consciência do estilo de vida que levam, frisando que como todos já sabem, muitos factores de risco relacionados ao cancro estão relacionados ao estilo de vida.
“Então, acho que a população em geral deve ter em conta o seu papel na sua vida, no seu autocuidado, ter em conta os exames que se deve fazer de forma rotineira”, recomendou.
Por outro lado, defendeu que a nível institucional é preciso melhorar as condições de trabalho de diagnóstico, para quem é preciso alocar mais recursos orçamentais e, também, recursos humanos tendo em conta que o cancro é uma doença que tende a aumentar cada vez mais.
“Nós já temos maior recurso quando comparamos com os anos anteriores, mas é preciso mais porque, como estamos a constatar, o cancro também está a aumentar e há recursos que ainda nós não temos, como por exemplo, a radioterapia”, precisou.
Para esta responsável, é “importante” Cabo Verde ter acesso a todos os tratamentos, ou seja, cirurgia, quimioterapia, radioterapia, molecular, entre outros, de forma a poder fazer o tratamento na sua plenitude e minimizar, assim, o sofrimento das evacuações.