Ângela Gomes, que falava no Fórum Nacional de Vacinação: 47 anos de vacinação em Cabo Verde – ganhos e desafios, rumo aos ODS 2030, que acontece nos dias 16 a 18 do corrente mês, na cidade da Praia, sublinhou que se trata de uma das medidas “mais eficazes e importantes” em que qualquer Sistema Nacional de Saúde deve investir.
Este fórum serve para reflectir, juntamente com as partes interessadas e em colaboração com os parceiros, sobre as lições aprendidas e melhores práticas na implementação das várias actividades de vacinação e, ainda, avaliar a contribuição de cada parte interessada para a realização das prioridades no controlo das doenças evitáveis pela vacinação em Cabo Verde.
As vacinas pneumocócicas e da gripe são algumas das vacinas que, segundo Ângela Gomes, deverão ser introduzidas em Cabo Verde para beneficiar toda a faixa etária dos idosos e os principais grupos de risco.
“Estamos no bom caminho para comemorar os 50 anos com mais instrumentos de gestão, ganhos e com mais capacidade de resposta sobretudo com a melhoria da qualidade de vida e com um calendário robusto que previne todas as doenças evitáveis pela vacinação”, sublinhou a directora.
A directora nacional da Saúde apontou ainda que a cobertura da vacinação situa-se acima dos 95 por cento (%) em Cabo Verde, lembrando que o país foi considerado, de acordo com a avaliação externa em 2023, como país africano que tem uma “boa prática” em termos de vacinação por ter cumprido todas as exigências feitas a nível da segurança vacinal.
Apesar desses ganhos, destacou ainda que há desafios a nível dos recursos humanos, mobilização de mais recursos técnicos e criação de condições que mantenham o “staff fixo” no sentido de consolidar os ganhos e seguir com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Ângela Gomes assinalou ainda que é preciso melhorar o orçamento do Estado com introdução de novas vacinas, estratégias e ferramentas, criar as condições estruturais e infra-estruturais para que o programa funcione de uma forma “mais segura” e progrida na descentralização das vacinas que é um princípio de “atenção primária” no acesso à saúde.
Relativamente aos objectivos da vacinação disse que Cabo Verde cumpriu sempre os objectivos da agenda da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Região Africana, desde a logística, compra, segurança, registo e o condicionamento e aplicação da vacina.
Por sua vez, a representante adjunta e substituta da OMS em Cabo Verde, Luciana Chagas, disse que Cabo Verde é um "exemplo" a nível de vacinação em África, com “bons resultados", mas que precisa "alargar ainda mais" esta cobertura da vacinação.
Chagas reiterou, mais uma vez, o compromisso da OMS em apoiar o país na mobilização de parceiros para cumprir o programa de vacinação e ainda cumprir com estratégias para alcançar os ODS 2030 na prevenção da saúde.