​Cabo Verde celebra 50 anos do Acordo de Lisboa com homenagem aos protagonistas da independência

PorEdisângela Tavares,19 dez 2024 15:12

O Presidente da República, José Maria Neves, destacou hoje a relevância histórica do Acordo de Lisboa, assinado a 19 de Dezembro de 1974, no processo de descolonização que levou à independência de Cabo Verde. O chefe de Estado realçou que a efeméride é o reconhecimento da coragem e determinação de todos aqueles que, dentro e fora do país, deram o melhor de si para garantir a liberdade e a soberania do povo.

“Celebramos hoje uma data marcante da nossa vida colectiva, um momento determinante no processo que culminou na nossa Independência Nacional. Este acordo foi mais do que um simples documento jurídico; foi a consagração da nossa luta, do nosso direito inalienável à autodeterminação. Foi o reconhecimento da coragem e determinação de todos aqueles que, dentro e fora do país, deram o melhor de si para garantir a liberdade e a soberania do nosso povo", disse.

Na ocasião, José Maria Neves fez questão de enaltecer os protagonistas do acordo, tanto do lado cabo-verdiano quanto português.

“Este é um dia de homenagem ao Comandante Pedro Pires, aos diplomatas Amaro da Luz e José Luís Fernandes, que representaram o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e aos representantes de Portugal, Melo Antunes, Mário Soares e Almeida Santos. Foi graças à sua visão e capacidade de diálogo que este marco histórico foi possível.”

O presidente sublinhou ainda a importância da luta pela independência liderada pelo PAIGC e o papel crucial do acordo na transição para um governo soberano.

“O Acordo de Lisboa reconheceu o direito do povo cabo-verdiano à independência e lançou as bases para a criação do Governo de Transição, que preparou o caminho para a proclamação da nossa soberania a 5 de Julho de 1975.”

O Chefe de Estado apelou à preservação da memória histórica como um pilar para o futuro e um apelo à unidade nacional.

“As novas gerações devem conhecer e apropriar-se deste activo. A memória é o grande activo para que haja futuro, sem prejuízo da diversidade de opiniões e do confronto de ideias que é próprio da democracia. Este é o nosso maior tesouro. Inspirem-se nos ideais dos líderes que tornaram a independência possível. Temos de imaginar um futuro de prosperidade, que só será conseguido com um grande ‘djunta mon’ de todos os cabo-verdianos, dentro e fora do país.”

A cerimónia, que contou com a presença de altas figuras do Estado e da sociedade cabo-verdiana, reforçou o papel do Acordo de Lisboa como símbolo de unidade nacional e marco da luta pela liberdade e soberania.

Também o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, presente a convite do seu homólogo, destacou a importância do Acordo de Lisboa, descrevendo-o como “um passo jurídico decisivo no caminho para a independência de Cabo Verde.”

O presidente da República de Portugal enfatizou a transformação das relações entre os dois países.

“Evocamos hoje um acordo que não foi apenas um momento histórico, mas um ponto de viragem nas relações entre Portugal e Cabo Verde. De uma relação colonial, passámos a uma parceria entre Estados soberanos, ligados pela história, pela língua e por uma cooperação profunda e genuína em áreas como a saúde, a educação, a economia e a segurança.”

Marcelo Rebelo de Sousa elogiou o percurso de Cabo Verde após a independência, “Cabo Verde é, há décadas, um farol de democracia e estabilidade política em África. É um exemplo maior de transição para um quadro constitucional multipartidário e democrático estável.”

O Chefe de Estado português reafirmou o compromisso com a cooperação entre os dois países e concluiu: “Viva Cabo Verde! Vivam os povos e Estados irmãos de Cabo Verde e de Portugal, que hoje celebram este marco com um olhar no futuro, mas com profundo respeito pelo passado que nos une.”

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Autoria:Edisângela Tavares,19 dez 2024 15:12

Editado porSara Almeida  em  11 fev 2025 23:28

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